quarta-feira, 25 de março de 2015

FESTIVAL DE CULTURA E ARTE NEGRA - FECAN de 22 a 25 de Maio de 2015.


Oficinas de Capoeira Angola com Jean Cigano – Montes Claros, Dança Afro com Madu Santos - Belo Horizonte, Break com Dário Adam -Montes Claros, Percussão com Luciano de Jesus - Montes Claros, Grafite com Wender Miranda - Montes Claros, Mascaras de material reciclável com Hilário Bispo - Montes Claros, Tranças e Penteado com Valéria silva - Belo Horizonte, Culinária Africana com Marilene Pereira - RJ, Jongo com Luanda Pereira -RJ, 20 vagas Artesanato com Ivone Diniz – Pedro Leopoldo.
Vagas Limitadas
30 vagas para Capoeira Angola, 30 vagas Dança Afro, 30 vagas Break 30 vagas, 30 vagas para jongo, 30 para Percussão, 20 vagas Grafite 15 vagas Artes Plásticas mascaras africana, 20 vagas para culinária africana, 20 vagas Artesanato 20 vagas Tranças e Penteado.


Nome_________________________________________________________________End_____________________________________________________________N_____Cep____________Cidade_________________________________________________Tel_________________Cel___________________Data Nascimento______________
Email______________________________________________FaceBook___________

Cor ( )Pardo ( )Preto ( ) Branco ( ) Gênero ( ) F ( ) M ( ) Indígena ( ) Outros
Local das Oficinas ( Comunidade de Canto do Engenho )  
Sábado dia 23 e Domingo dia 24 das 9.h às 16.h
Assinale com um X sua (s) Oficina ( s )
( ) Capoeira Angola ( ) Dança Afro ( ) Break ( ) Percussão ( ) Grafite ( ) Mascaras africana ( ) Trança e Penteado Africano ( ) Jongo ( ) Culinária africana (  ) Artesanato


Dia 25 de Maio:
Lançamento de livros, palestras e debates, homenagens as mulheres negras de destaques e apresentação cultural com a cantora Maristela Cardoso com o espetáculo Afro lírico.
Contatos: 38 91044369 TIM /38 88460040 OI/ 38 97409883 VIVO



sábado, 21 de março de 2015

21 de Março - Dia Internacional contra a Discriminação Racial




No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte:

"Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública"

O racismo se apresenta, de forma velada ou não, contra judeus, árabes, mas sobretudo negros. No Brasil, onde os negros representam quase a metade da população, chegando a 80 milhões de pessoas, o racismo ainda é um tema delicado.

Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – em seu relatório anual, "para conseguir romper o preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar uma mentalidade forjada durante quase cinco séculos de discriminação”.

Aproveite esta data para refletir: você tem ou já teve atitudes racistas?

A 9ª edição do Festival de Cultura e Arte Negra – FECAN 2015,terá atividades na comunidade do Canto do Engenho.

Festival de Cultura e Arte Negra - FECAN 2015
A 9ª edição do Festival de Cultura e Arte Negra – FECAN 2015,terá atividades na comunidade do Canto do Engenho, Sexta abertura, Sábado e Domingo oficinas de artesanato, danças, percussão, artes plásticas, grafite, penteado africano e finalizando com o comida di preto. No dia 25 atividades serão em Montes Claros com homenagens as mulheres negras em comemoração ao dia da África. Com apresentação cultural de Maristela Cardoso.
partir deste sábado (12/05) a cultura negra vai invadir a cidade como forma de lembrar e marcar o dia 13 de maio, data em que se proclamou, ainda que no papel, a abolição da escravidão no Brasil.
Para isso, durante uma semana (de 22 a 25 de maio), o Festival de Cultura e Arte Negra (FECAN), que está na sua nona edição, movimentam Montes Claros e Canto do Engenho com a realização de diversas atividades, que vão promover debates e reflexões sobre o papel do negro na sociedade, além abordar as conquistas e as demandas dos afro descendentes no Brasil.
O objetivo é mostrar à população a influência do negro na cultura, na culinária, nas danças e até mesmo na língua e ainda, resgatar as tradições da cultura negra.
Foto: Fábio Marçal

O idealizador do movimento, Hilário Bispo, afirma que, "o FECAN já se transformou em tradição em Montes Claros. O festival é fruto da preocupação do movimento negro do Norte de Minas em trabalhar a auto-estima do negro, e fortalecer a cultura de matriz africana no norte de minas, além de afirmar os pontos positivos e as nossas conquistas.
OFICINAS gratuitas para a comunidade.
Oficinas de: capoeira de angola, dança afro, dança, break, percussão, penteado africano,jongo, artesanato e grafite dias 23 e 24 de maio e serão realizada, na comunidade do canto do engenho. As oficinas são abertas ao público, mas as vagas são limitadas.
PALESTRA

As palestras  do 9º FECAN acontecerão na Unimontes a parti das 18.30h no prédio 02 do CCH. No dia 25, a sociedade está convidada a ouvir um pouco da nossa luta.

terça-feira, 3 de março de 2015

8 DE MARÇO, DE 2015 MULHERES CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E DO ESTADO


Maria Dirlene Trindade Marques


A questão da violência contra a mulher passou a ser uma agenda de toda a sociedade. Porem, a violência reconhecida e repudiada é a violência física, por deixar marcas visíveis. Isto é apenas a ponta do iceberg. A violência tem diversas outras formas, deixando marcas invisíveis por toda a vida como a violência psíquica (ações que levam à desvalorização e causa intenso sofrimento como as ameaças, humilhações  exigência de obediência  os insultos, controle de saída de casa, humilhação em publico, desqualificação  etc.); a sexual (impondo uma relação sexual contra sua vontade); social (comportamento que busca o isolamento com o objetivo de sua fragilização); econômica (controlar o dinheiro para manter a dependência econômica); Estado (que legisla e controla nossas vidas).  São formas de violência que atinge a todas as mulheres, desde a infância ate a velhice, estabelecendo uma relação de poder, de opressão. Com isto se mantém e reproduz a submissão. Submissão tão necessária para a lógica do capital, que ao desvalorizar 51% da população, pode pagar salários inferiores para o mesmo tipo de trabalho e ainda tem o trabalho domestico sendo executado de forma gratuita. Assim, as mulheres acumulam no mínimo, duas jornadas: o trabalho domestico e o trabalho assalariado.  Isto garante a ampliação do lucro e, o mais importante, é a naturalização do que é o Ser Mulher, garantindo a manutenção e reprodução do capitalismo.  É o movimento de mulheres que vai denunciar que a exploração e a opressão se combinam e se fortalecem, fazendo parte de um mesmo processo.Para garantir esta situação  a ideologia cumpre um papel fundamental, e através de piadas, brincadeiras, "elogios" reforçam a discriminação  através de máximas como: o homem é duro, não chora, é racional, tem consciência, faz o trabalho produtivo. O homem é valorizado pela sua força, pelo seu cérebro, pela razão. Por isto, ele dá conta do espaço publico, da disputa, da competitividade. A mulher é sentimento, emoção, coração. É sublime, mártir, doce, meiga e chora. Sendo portanto passiva, quieta, rainha do lar reforçando assim o seu lugar: o espaço domestico. Quem ainda não ouviu máxima como: o homem discute e a mulher faz fofocas.  Não é por acaso que se referem ao ser humano como HOMEM. Não é por acaso que quando tem 50 mulheres e 1 homem, se usa o substantivo masculino. Assim, vai se naturalizando os comportamentos. E se constituem 2 seres diferentes sexualmente e desiguais socialmente motivando a bandeira do movimento: “diferentes mas não desiguais”. Esta desigualdade serve ao homem e ao capital. Tornando nossa luta muito mais abrangente, tendo de articular a  luta contra o capitalismo e a luta contra o patriarcalismo.  

A violência sexista afeta portanto a toda nossa vida. Só a nossa unidade, nossa energia, nossa capacidade de auto-organização para enfrentar toda a violência que se abate sobre nós e que muitas vezes, nem é reconhecida como violência.  Sabemos que a luta das mulheres nunca foi fácil. Desde o direito ao voto ate hoje, as mulheres lutam por mudanças. As conquistas são a custa de muita luta.  

A Lei Maria da Penha (LMP) foi uma conquista do movimento feminista e das mulheres. A lei é o reconhecimento de que o privado é publico e é responsabilidade do estado e da sociedade, quebrando a dicotomia entre o publico e o privado, derrubando a lógica histórica de que em “briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Esta lei procura assegurar o direito a integridade física  psíquica  sexual e moral. Constitui assim, um grande avanço na luta histórica da violência sexista, trazendo um caráter educativo pois denuncia que a mulher e a menina não são propriedades dos homens, que ele não pode cometer violência impunemente. Mas, para sua efetividade, tem de ter os equipamentos necessários  o que ainda está longe de acontecer. Faltam casas apoio, policia preparada para receber a denuncia, judiciário eficiente para agilizar os processos.   

As conquistas são frutos de muitas lutas e, se o movimento não fica atento, elas são perdidas. Esta é a lógica: se o movimento recua, as elites conservadoras avançam, procurando alterar a legislação existente, retirando direitos. Hoje se discute a elaboração de um novo código penal que traz grandes retrocessos nas conquistas já alcançadas. Temos vários estudos aprofundando a compreensão do novo código. Vou citar aqui alguns retrocessos nele contido, sem esgotar toda sua análise: um grande avanço da LMP era que qualquer pessoa poderia manter a denuncia da violência. Neste novo código, a mulher terá que entrar com uma queixa-denúncia e poderá retirá-la a qualquer momento, prevê a substituição da pena (por medidas alternativas), no crime de lesão corporal, incluindo os casos de violência doméstica, não se leva em consideração o crime de seqüestro realizado por cônjuge, marido, companheiro(a); -  prevê a exclusão do estupro mediante fraude, ou seja, aquele estupro realizado por meio de drogas ("boa noite Cinderela" e bebidas alcoólicas  e etc) ou outras formas que impossibilitem o consentimento da mulher, não se menciona o estupro coletivo (realizado com o concurso de várias pessoas ou por um agente em várias mulheres), nem o estupro corretivo (aquele realizado com a finalidade da "cura" da lesbianidade), equipara a exploração sexual à prostituição, não reconhece as alterações psicológicas que ocorrem com a mulher durante e pós-parto, que continuam sendo punidas. E, junto com todos os trabalhadores, nossos direitos foram restringidos quando o governo baixou  a Medida Provisória que muda as regras de concessão de benefícios previdenciários, como auxílio-doença, pensão por morte, aposentadoria por invalidez que vai atingir em especial as mulheres e pobres. O 8 de março é um dia que as mulheres vão as ruas para denunciar a discriminação para toda a sociedade e trazer as suas reivindicações. Neste ano, estamos de novo nas ruas e conclamamos a todas/os que querem uma sociedade igual e livre de toda forma de discriminação, que se juntem a nós.



Um outro mundo é possível

Um outro Brasil é necessário.