sábado, 30 de janeiro de 2016

O Fim da SEPPIR, o Movimento Negro e a Crise.



No dia 02/10 a já esperada reforma administrativa foi anunciada pela presidenta Dilma Rousseff, a partir da unificação entre Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) se formou o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Como resposta a crise. 
A política de enxugar os gastos do governo não por um acaso esbarra na SEPPIR.
A relação do Partido dos Trabalhadores com o movimento negro e com uma estratégia capaz de combater seriamente o racismo hoje mostra sua verdadeira cara já nos primeiros ajustes governamentais da crise. A pergunta é, o que iremos fazer a partir dessa experiência de 12 anos de PT e de suas políticas para os negros e negras no país?
Criada Há12 anos, no inicio do governo PT a Secretária foi fruto de uma longa luta dentro e fora do partido, e é preciso entendê-la de forma dialética (e tentarei me esforçar para que o seja) para que possamos pensar nos novos desafios colocados pra nós, negros que queremos avançar no combate ao racismo.
Primeiramente é importante colocar que o movimento negro desta Frente Negra Brasileira sempre entendeu a importância da sua participação no governo, como esse movimento nunca foi homogêneo, a própria idéia de se inserir no governo tinha ligação com diversas estratégias de diferentes setores, o que também diferencia o papel do negro nesse Estado, que é burguês e que defende o interesse de uma classe.
Se pensarmos na própria história do PT, onde setores do Movimento Negro confluíram com o movimento operário, estudantil e intelectual. Poderemos perceber que só através das lutas que se estendem desde sua criação foi possível em 2002 a primeira elaboração de um programa para a presidência que se tratava da questão negra (“Caderno - Programa Brasil Sem Racismo”). Então, apesar do partido sempre ter apoiado a luta contra o racismo e fazer parte do movimento negro, inclusive ainda hoje dirigir e ter importante influencia na direção de organizações, muitos militantes apontaram na história que questão negra era secularizada no partido.
Pois bem, com a eleição de Lula, em 2003 uma parcela importante do movimento negro acaba entrando no aparato estatal (como ministros, nos conselhos e etc.) e assim se dá a tentativa de enegrecer a cara das políticas do governo. É importante ressaltar que a incorporação de negros nos governos não foi uma novidade desse período mas vem de um processo anterior que vem desta democratização onde os governos vão de alguma forma abrindo canais de dialogo com o Movimento Negro, como forma de tentar principalmente cooptar as suas lideranças. A partir de Lula essa política só eleva de nível colocando boa parte dos quadros do movimento negro dentro de seu governo.
Se por um lado essa integração é parte da exigência de setores do movimento negro, inclusive a possibilidade de ter um órgão especifico nacional que pense, elabore e acompanhe políticas contra o racismo, por outro essa integração é parte de um processo que acabou gerando certa desorganização do próprio movimento. Mas como assim?
Precisamos pensar em que contexto existe a SEPPIR. 
A sua ligação ao governo e também a sua dependência da verba do Estado gera uma relação em que ao mesmo tempo que deve responder aos anseios dos negros brasileiros, expressos principalmente pelas pautas do movimento negro, por outro lado há uma grande pressão (quase uma imposição) em seguir a política do partido da ordem, já que é o presidente que indica sua direção. Esse movimento, onde a pressão do governo tem sido muito maior do que qualquer outra, acaba fazendo com que essa secretária tenha que assumir um posto de defensora da política demagógica e restrita do governo, contendo o movimento negro com as pequenas negociações de concessões que o governo permite.
A então nomeada Chefa do novo ministério Nilma Lino em sua primeira aparição falando sobre essa mudança já é uma clara representação do que coloco acima. Enquanto vários setores do movimento negro dizia não ao rebaixamento da SEPPIR e sua unificação (“NENHUM DIREITO A MENOS, DEMOCRACIA SE FAZ COM DIÁLOGO E PARTICIPAÇÃO”) Nilma declara em entrevista que: “Acho que a minha indicação é a expressão do compromisso da nossa presidenta, do compromisso do governo federal com os movimentos sociais, com uma parcela da população que apoia esse governo, que está junto conosco, que é beneficiado pelas nossas políticas, de mostrar que o Estado brasileiro incorpora sua diversidade também na forma como compõe o seu primeiro escalão”
Outro exemplo de como isso se dá na prática é a própria criação do “Estatuto da Igualdade Racial” que completa 5 anos. Um processo onde grande parte do movimento negro investiu esforços se mostrou um grande golpe. No final de todo o processo de negociação e muita disputa política foi aprovado um estatuto que tinha um caráter autorizativo, ou seja um documento com normas não obrigatórias que não previa recursos para a implementação de políticas afirmativas nem para seu monitoramento.
Esse Estatuto não pensa na política mais importante pra nossa juventude negra que é o genocídio, e acho que o fruto disso temos visto hoje com o aumento da morte de nossos irmãos enquanto o índice de morte da juventude branca diminuiu. Podemos dar outros exemplos como a não garantia da titulação das terras quilombolas e etc. Mas isso significa que a partir disso não houve avanços em nada no combate ao racismo?
Onde percebo o maior avanço nas políticas raciais é no que diz respeito às ações afirmativas, é claro que houveram outros avanços mas ainda muito pequenos perto inclusive das expectativas dos negros com um governo que seria dos trabalhadores e dos oprimidos. E é claro que esses avanços não são frutos da bondade do governo, ou de seu compromisso com os negros e negras, mas são concessões que esse teve que dar por conta da mobilização do movimento negro em conjunto com outros movimentos sociais.
Ao mesmo tempo não podemos deixar passar despercebidos que algumas das políticas do governo por conta da necessidade de ter que também da resposta a burguesia, auxiliaram com algumas aspas os negros e negras, um exemplo claro disso é o Pro Uni (Programa Universidade para Todos) e o FIES que são claras tentativas de salvar o bolso dos grandes empresários da educação superior preenchendo as vagas ociosas em universidades particulares. Bom, o resultado dessas políticas estamos vendo agora com o processo de crise que tem feito milhares terem que abandonar seu sonho de terminar uma graduação pois não conseguiu o prosseguimento do Financiamento.
Esse processo é um marco importante na experiência do movimento negro com o parlamento, com o governo do Partido dos Trabalhadores e com a própria democracia burguesa. Se aos primeiros sinais da crise o governo federal já dá claros indícios de que lado vai ficar, de qual será a importância da questão racial e como se dará a relação com os trabalhadores e a juventude, nós precisamos unir forçar para que primeiramente seja possível defender nossas conquistas, e nos defender contra os ataques dos setores conservadores e também do governo do Partido dos Trabalhadores.
Num momento de crise, o Estado, balcão de negocio da burguesia precisa trabalhar para garantir que os capitalistas não tenham que pagar por ela, para isso alguém terá que pagar, seja pela redução da maioridade penal, aumento de impostos, ataque aos direitos trabalhista, aumento da repressão etc. Não podemos ter duvida, somos nós os primeiros e os mais atacados, eles vão querer atacar qualquer política que com anos de luta conseguimos arrancar.
Nesse momento é preciso avançar, de preferência a passos largos. Esse é o momento onde já é possível e mais do que isso é extremamente necessário fazer um balanço estratégico do que significou esses 12 anos de governo PT, desses 30 anos de “democracia” pós ditadura para que possamos avançar numa luta consequente contra o racismo e para que não paguemos pela crise.
Precisamos construir no movimento negro um polo de unidade que aglutine todos os setores antigovernistas para combater a bancada conservadora, mas também para ter autonomia para levar a frente a defesa das demandas do nosso povo. Organizando a luta em conjunto com outros setores contra os ataques da crise, colocando sempre as necessidades dos negros e negras e principalmente impondo a discussão racial em todas as lutas e em todos os espaços. Afinal, o combate ao racismo deve sim ter como protagonistas os negros organizados, mas é preciso colocar nossa luta na altura de importância que ela tem.
É preciso que atuemos em todos os lugares onde estamos seja locais de estudo, trabalho ou moradia de forma organizada ligando cada atuação a um plano do movimento para mobilizar e lutar. Precisamos colocar a nossa luta na ordem do dia, a construção social e econômica do nosso país nos coloca uma importante tarefa de responder as necessidades de nosso povo, já que é impossível uma verdadeira transformação social sem nós, sem levar a sério a luta negra!
Somo um setor determinante na luta de classes no país, se é verdade que o que vivemos historicamente é setores da esquerda e da direita usar nossas pautas, e cooptar nossos quadros não por querer responder de forma consequente as nossas demandas, mas sim para usar nossa mobilização e força como massa de manobra também é verdadeira a urgência de nos organizarmos.
Não estou querendo apagar a história do movimento negro, mas é preciso sim fazer um balanço dos erros históricos, superar ideias e vícios que não nos ajudaram a avançar, ver quais ideias nos servem, até porque se o movimento negro não é homogêneo sua história também não é. O que levanto é a necessidade de avançar, a história não espera, os ataques estão vindo, nossos irmãos estão morrendo, sendo presos, demitidos e etc.
 O que iremos fazer?
Os caminhos só podem ser traçados a partir de organização ou reorganização do movimento negro. As experiências das políticas raciais do governo mostram centralmente que sem uma política de independência de classe, de autonomia é impossível levar a frente nossas demandas que são inúmeras, por isso é urgente balanços, organização e estratégia para levar a frente nossa luta e principalmente para resistir a essa crise.
Os artigos da sessão Tribuna aberta não expressam a opinião da linha editorial do Esquerda Diário.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O que é o Natal?

Claudia Vitalino.
UNEGRO/RJ


É meio cliché -  O verdadeiro espírito de natal começa em cada um de nós, depende da nossa vontade de fazer felizes quem nos rodeia, depende do nosso empenho para ajudar quem mais precisa e depende da nossa criatividade para mudar o mundo! Acredito que não devemos ter limites, que devemos sonhar ao máximo e dar o nosso melhor em tudo e, claro, partilhar com todos os que estão à nossa volta. Por isso, hoje quero mostrar-vos uma iniciativa que me chamou a atenção.

Se liga: Nem todas as pessoas comemoram o Natal no dia 25 de dezembro. 


Algumas culturas, nem sequer comemoram o Natal, como referência ao nascimento de Jesus Cristo (ou Jesus de Nazaré).

- Natal é um feriado e festival religioso cristão originalmente destinado a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno e adaptado pela Igreja Católica, no terceiro século d.C., pelo imperador Constantino para comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré.

Porém, nem todas as culturas absorveram a tradição de celebrar o dia 25 de dezembro, seja como uma homenagem ao nascimento de Jesus, ou, pela adoração da passagem do sol ao redor da Terra.

Algumas culturas que não comemoram o Natal como uma data primordial em seu calendário:

Islamismo

Ao contrário das religiões cristãs - para as quais Jesus é o Messias, o enviado de Deus - o islamismo dá maior relevância aos ensinamentos de Mohamad, profeta posterior a Jesus (que teria vivido entre os anos 570 e 632 d.C.), pois este teria vindo ao mundo completar a mensagem de Jesus e dos demais profetas.

Em relação à celebração do Natal, os muçulmanos mantêm uma relação de respeito, apesar de a data não ser considerada sagrado para o seu credo.

Para os muçulmanos, existem apenas duas festas religiosas: o Eid El Fitr, que é a comemoração após o término do mês de jejum (Ramadan) e o Eid Al Adha, onde comemoram a obediência do Profeta Abraão a Deus.

Judaísmo

Os judeus não comemorem o Natal e o Ano Novo na mesma época que a grande maioria dos povos, mas para eles, o mês de dezembro também é de festa. Apesar de acreditarem que Jesus existiu, os judeus não mantêm uma relação de divindade com ele.

Na noite do mesmo dia 24 de dezembro os judeus comemoram o Hanukah, que do hebraico significa festa das luzes. Esta data marca a vitória do povo judeus sobre os gregos conquistada, há dois mil anos, em uma batalha pela liberdade de poder seguir sua religião.

Apesar de não ser tão famosa no Brasil, a festa de Hanukah, que, tradicionalmente, dura 8 dias, em outros países é tão "pop" como o Natal. Em Nova Iorque, por exemplo, as lojas que vendem enfeites de Natal também vendem o menorah (candelabro de 8 velas considerado o símbolo da festividade judaica). "Para cada um dos 8 dias acendemos uma vela até que o candelabro todo esteja aceso no último dia de festa", explica o rabino.

O peru e bacalhau típicos do Natal católico são substituídos por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite. E em vez de desembrulharem presentes à meia-noite, as crianças recebem habitualmente dinheiro.

Budismo

Não há envolvimento do budista com a característica particular da comemoração do Natal do mundo ocidental, ou seja, da comemoração do nascimento de Jesus Cristo. Mas, os budistas admiraram as qualidades daqueles que lutam pela humanidade e, por isso, respeitam a tradição já estabelecida, respeitando a figura de Jesus Cristo, que para eles é considerado um “Bodhisattva” – um santo ou aquele que ama a humanidade a ponto de se sacrificar por ela. Para os budistas ocidentais, o dia 25 de Dezembro tem um cunho não cristão, mas sim, espiritual.

Protestantismo

Embora seja uma religião cristã, é subdividida em diversas “visões” da Bíblia. Algumas comemoram o Natal como os católicos, outros buscam na Bíblia e no histórico religioso, cuja data de nascimento de Cristo é discutida, um fundamento para não comemorar a data tal como é comemorada no catolicismo. É o caso das testemunhas de Jeová, por exemplo. Já a Assembleia de Deus e a Presbiteriana comemoram o Natal com o simbolismo da presença de Cristo entre os homens, onde a finalidade é levar a uma instância reflexiva a respeito de Cristo. Festejar condignamente o Natal é uma bênção e inspiração para todos quantos nasceram do Espírito ao tornarem-se filhos de Deus pela fé em Cristo, para os evangélicos.

Afro-Brasileiras (Candomblé e Umbanda)

Yemanjá, Yansã e Oxum são entidades comemoradas ao longo do ano nas religiões afro-brasileiras, que têm no mês de dezembro um simbolismo todo especial. Mas para os umbandistas a comemoração do natal cristão é algo mais natural, porque a maioria dos seus seguidores e médiuns praticantes veio da religião cristã. A umbanda encontrou um lugar para Cristo no rol de suas divindades – ele é associado a Oxalá, considerado o maior Orixá de todos. No dia 25 de dezembro, os umbandistas agradecem à entidade que, segundo a sua crença, comanda todas as forças da natureza.

Alguns terreiros de Candomblé também oferecem algum ritual especial à data, mas a prática não configura uma passagem obrigatória em todos os centros.

Hinduísmo

As mais importantes celebrações do hinduísmo são ocorridas na Índia, por meio da Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. O Durga Puja é a festa da energia divina. Já o festival de Ganesh é celebrado nos estados do sul da Índia, com danças alegres e cantos. O Diwali é o “festival das luzes” em que em cada casa, em cada templo são colocadas milhares e milhares de luzes, acesas toda a noite. O significado destas festas é adorar a Energia Divina.

Taoísmo

O taoismo, religião majoritariamente vista na China, não tem qualquer celebração no Natal.
No entanto, a religião tem inúmeras datas onde se comemora o nascimento de grandes mestres ou sua ascensão. O Ano Novo Chinês, assim como no budismo, é a data mais comemorada para os taoístas. Nesse dia se celebra o Senhor do Princípio Inicial.


 "NATAL, CULTURAS QUE NÃO COMEMORAM O NATAL,
 QUEM NÃO COMEMORA O NATAL, HINDUÍSMO, BUDISMO, CATOLICISMO, PAGÃO,
COMEMORAÇÃO DO NATAL, 
PORQUE COMEMORAR O NATAL, 25 DE DEZEMBRO, FESTAS NO 25 DE DEZEMBRO, PARTICULARIDADES DO NATAL, ISLAMISMO, JUDAÍSMO, PROTESTANTISMO, AFRO-BRASILEIRAS, CANDOMBLÉ,UMBANDA, TAOISMO."



Natal afro americano....
O natal de muitos Afro-americanos é comemorado em 26 de dezembro, nesta data muitos comemoram o Kwanzaa, uma festa que se originou na época do movimento pelos direitos civis na década de 1960. Uma comemoração do patrimônio da Afrohumanidade. Kwanzaa uma palavra africana da língua suaíli idioma banto com o número maior de falantes. Na África tradicional Kwanzaarepresenta as primeiras colheitas; na América do Norte e Caribe os participantes dessa festa são afrodescendentes.

Esta celebração está a espalhar-se lentamente pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Caribe e já se podem enviar postais a desejar “Feliz Kwanzaa”. Toda a celebração e os rituais da Kwanzaa foram concebidos após as famosas e terríveis revoltas de Watts, em 1966. Ele buscou em remotas tradições africanas valores que fossem cultivados pelos afro-americanos naqueles terríveis dias de lutas pelos direitos civis, de assassinatos de seus principais líderes e que, não sendo religiosos, pudessem atrair - como atraíram - todas as Igrejas Negras em todo o país e, no futuro, pelo mundo afora. O Kwanzaa foi idealizado por Maulana Karenga, que organizou a Kwanzaa em torno de 5 atividades fundamentais, comuns às celebrações africanas da colheita das primeiras frutas:
a reunião da família, de amigos, e da comunidade;
a reverência ao criador e à criação, destacadamente a ação de graças e a reafirmação dos compromissos de respeitar o ambiente e "curar" o mundo;
a comemoração do passado honrando os antepassados, pelo aprendizado de suas lições e seguindo os exemplos das realizações da história;
a renovação dos compromissos com os ideais culturais mais altos da comunidade como a verdade, justiça, respeito às pessoas e à natureza, o cuidado com os vulneráveis e respeito aos anciões; a celebração do "Bem da Vida" que é um conjunto de luta, realização, família, comunidade e cultura. Karenga, diz que, "a Kwanzaa é celebrada através de rituais, diálogos, narrativas, poesia dança, canto, batucada e outras festividades".

 O Kwanzaa envolve a reflexão sobre a valorização da comunidade, das crianças e da 
Vida. Estas atividades devem demonstrar os sete princípios, Nguzo Saba em suaíli
:
1.umoja (unidade)
2.kujichagulia (autodeterminação)
3.ujima (trabalho coletivo e responsabilidade)
4.ujamaa (economia cooperativa)
5.nia (propósito)
6.kuumba (criatividade)
7.imani (fé)


A cada dia uma vela de cor diferente deve ser acesa num altar onde são colocadas frutas frescas, uma espiga de milho por cada criança que houver na casa. Depois de acesa a vela, todos bebem de uma taça comum em reverência aos antepassados, e saúdam com a exclamação “Harambee”, que tanto significa "reúnam todas as coisas" como "vamos fazer juntos". A grande festa é a de 1 de janeiro, quando há muita comida, muita alegria e onde cada criança deve ganhar três presentes que devem ser modestos: um livro, um objeto simbólico e um brinquedo.

Criado como um ritual para a época da colheita e usando a língua suaíli, Kwanzaa dura uma semana, durante o qual os participantes se reúnem com a família e amigos para trocar presentes à luz de uma série de velas pretas, vermelhas e verdes que simbolizam os sete valores básicos dos Afro-americanos vida familiar que é a unidade, autodeterminação trabalho coletivo e responsabilidade, economia cooperativa, propósito criatividade e fé. 

Os dias que antecederam a Kwanzaa são para decorar a casa com enfeites de papel preto, vermelho e verde. Nesta festa se ensina a criança sobre sua cultura e historia. Eles colocam fotografias da atual geração da família. A celebração dura sete dias e termina com 
uma festa que tem alimentos africanos, e muita música. No final da festa, quando todos tiverem terminado de comer, eles todos se levantam, se comprometam com os sete princípios do Kwanzaa. 

Um afro abraço e  Feliz Kwanzaa !!! 
fonte:KWANZAA.COM-www.ebc.com.br/cultura


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Postado por UNEGRO/Rio de Janeiro no UNEGRO- RIO DE JANEIRO em 12/24/2015 02:03:00 AM

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O primeiro negro presidente do Brasil

Nilo Peçanha, o primeiro negro presidente do Brasil (1867-1924)


Nilo Peçanha chegou à presidência do Brasil menos de 20 anos após a libertação dos escravos em 1889. A proeza de Nilo Procópio Peçanha é bem maior que seu colega Luiz Ignácio Lula da Silva, eleito em 2002 e porque não dizer do presidente americano Barak Obama. Embora muitas vezes fosse retratado como branco era mulato, sendo, inclusive, "embranquiçado" nas fotos.

Nilo nasceu no dia 02 de outubro de 1867, na Fazenda do Desterro, no limite com o Espírito Santo, município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, filho de Sebastião de Sousa Peçanha e Joaquina Anália de Sá Freire Peçanha. Nilo Peçanha ou o “Menino da Padaria”, como era conhecido (devido ao seu pai ter um comércio de padaria), viveu seu início de vida num sítio em Morro do Coco, onde cresceu ouvindo histórias da negra Delfina, que falava do sofrimento dos escravos.

De origem humilde, Peçanha construiu uma sólida carreira política, ascendendo, em um intervalo de poucos anos, de senador a presidente do estado do Rio de Janeiro – nome da época para o cargo de governador – e a presidente do Brasil.

Nilo não foi eleito diretamente, assumiu a presidência com a morte de Afonso Pena, de quem era vice. Exerceu o cargo de 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910. 
 
Quando chegou à idade escolar a família se mudou para Campos, onde Nilo foi matriculado no Liceu de Humanidades de Campos. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife já com vinte anos de idade. Numa viagem de trem de Campos para o Rio de Janeiro, o jovem Nilo conheceu e de apaixonou perdidamente por uma jovem de nome Anita Castro Belisário de Sousa, com a qual se casou no dia 06 de dezembro de 1895. Dos três filhos que teve nenhum conseguiu chegar à fase adulta.

Anita era descendente de uma rica família de Campos. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e mulato.

No mesmo em que se casou, Peçanha ajudou a fundar o Clube Republicano de Campos, do qual foi presidente, bem como do Partido Republicano. Após a instauração do regime republicano em 15 de novembro de 1889, Nilo intensificou sua atividade político-partidária e foi eleito deputado, participando da Assembléia Constituinte responsável pela primeira Constituição republicana de 1891.

Foi eleito em sucessivos pleitos e em 1903 foi eleito para deputado federal, quando assumiu uma cadeira no Senado. Em 1903, renunciou à sua vaga na Câmara Alta para assumir a Presidência do Estado do Rio de Janeiro, que exerceu até 1906. Neste ano, foi eleito Vice-Presidente de Afonso Pena.

Em 1909, devido à morte de Afonso Pena, Nilo Peçanha tornou-se Presidente da República. Nilo estava com 42 anos ao assumir a Presidência da República.

Em seu governo recriou o Ministério da Agricultura, órgão que aglutinou os grupos regionais dissidentes. Introduziu importantes alterações no funcionamento do Estado, o que representou uma obra de grande alcance. Criou Lei permitindo, pela primeira vez, o trabalho feminino nas repartições públicas. Criou o Imposto Territorial, criou o Ensino Técnico-profissional (com as Escolas de Aprendizes de Artífices), o Serviço de Inspeção Agrícola, a Diretoria da Indústria Animal, a Diretoria de Meteorologia e o Serviço de Proteção ao Índio.

Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.




Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.
FONTE: http://institutohistoriar.blogspot.com/2008/09/srie-presidentes-do-brasil_21.html