Um pouco sobre as mascaras africanas
fique atento na programação do FECAN 2014,
teremos oficina de mascaras africana com o mestre
Olívio
Cerqueira.
Um dos mais notáveis elementos da cultura africana é a máscara.
Sua expressão plástica é tão rica e importante dentro da cultura africana que é necessário deter-se no seu entendimento, perguntando as razões de tão marcante presença e seu significado. Um dos principais elementos que justificam sua existência é de natureza mágico religiosa, ligada principalmente aos rituais da comunidade na tentativa de catalisar as forças misteriosas colocadas à serviço de finalidades práticas.
O uso da máscara africana a pressupõe como instrumento vivo e sempre atual, cujos múltiplos usos abrangem toda a atividade dos homens, do nascimento à morte.
Por sua própria natureza, a máscara já tende a exprimir uma situação psicológica básica, comum a toda espécie humana; na escultura africana, a constância das emoções e sua universalidade são elevadas ao máximo e alcançam um absoluto ideal na transposição plástica.
A
máscara não traduz, pois, a emoção do indivíduo num momento definido, não é o retrato do
homem que teme, que combate ou que morre, mas é o Temor, a Guerra, a Morte.
O particular foi visto, compreendido, superado, e desaparece como tal para ceder lugar ao
universal, válido sempre, para o homem de todos os tempos.
No plano psicológico, a origem da máscara deve
ser buscada na aspiração mais atávica do ser
humano de evadir-se de si mesmo, para poder se enriquecer com a experiência de existências diferentes – desejo obviamente irrealizável no plano natural – e para poder aumentar seu próprio poderio,
identificando-se com as forças universais, sejam
elas divinas, sejam demoníacas.
Um
desejo de sair das limitações propriamente humanas de indivíduos e, por vezes,
fruto da necessidade de se diferenciar, de se impor, de maravilhar e incutir medo, a fim de obter reverência e respeito.
(O ocidental tem as mesmas pretensões, substituindo a máscara pela
exibição do seu sucesso, seja material, intelectual ou espiritual, que o coloca
acima dos outros).
O africano vê na máscara não
só um meio de fugir à realidade cotidiana, mas, sobretudo como uma possibilidade de participar da
multiplicidade da vida do universo, criando novas realidades fora daquela
meramente humana.
Mascarado, ele poderá ser também um homem espírito, benéfico
ou maléfico, homem animal, homem divindade.
Não se trata de um simples modo de iludir-se ou
de evitar um presente insatisfatório,mas representa uma real possibilidade de existir de outra maneira, possibilidade unanimemente admitida e reconhecida: de fato ninguém duvida do poder transfigurador da máscara.
Decorrem daí a reverência e o temor
que ela incute, como depositária das capacidades de metamorfose do indivíduo. A autossugestão
inconsciente do homem que a usa é a virtude secreta que a máscara guarda.
O núcleo de estudos das relações étnicos raciais NEAFRO TAMBORES DOS MONTES,
encerrando o evento com um dia dedicado a culinária de
matriz africana denominado Comida di Preto.
* Nas fotos, um pouco da oficina de máscaras com o professor Olívio Cerqueira Rocha.
* Nas fotos, um pouco da oficina de máscaras com o professor Olívio Cerqueira Rocha.
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