A Marcha das Mulheres
Negras Brasileiras tinha como lema o Combate ao Racismo, a Violência e pelo Bem
Viver.
As estatísticas e dados
produzidos pelas diversas pesquisas no Brasil mostram que as mulheres, de uma
maneira geral, são as que possuem pior acesso as políticas públicas e ao
mercado de trabalho. NO caso da Mulher Negra esse panorama é muito pior.
Somos as mulheres, que
apesar de toda nossa qualificação e nível acadêmico, temos os piores salários
do mercado. Um homem branco, dependendo da profissão, e ocupando o mesmo cargo
que uma mulher negra, pode ganhar até 18% a mais que ela.
No Sistema de Saúde, o
Racismo Institucional e pessoal pune e exclui as mulheres negras de forma
perversa. Enquanto as mulheres brancas realizam cerca de 7 pré natais, a mulher
negra tem em média 4,5 feitos. A quantidade de anestesia dada na hora do parto
é cerca de 40% menor que das brancas, pelos estereótipos de que as negras são
mais fortes e aguentam melhor a dor. E não estou falando sem base científica,
basta consultar o Mapa da Violência, edição especial dedicada as mulheres.
Somos nós que enchemos
as penitenciárias femininas, e que somos nesse momento abandonadas a própria
sorte. Somos nós que sofremos a maior parte da violência doméstica praticada
contra as mulheres no Brasil. Somos nós as chefes de família que sustentamos
nossos filhos sozinhas e ainda temos que lidar com o abandono parental.
Mas principalmente
somos nós que recolhemos os corpos dos nossos filhos e filhas mortos pela
polícia e pelo racismo brasileiro. O Espírito Santo é o segundo estado da
federação que mais mata jovens negros.
O Bem viver para todas
nós significa a luta diária e resiliente contra o racismo.
A possibilidade da casa própria, da agricultura familiar com DAP da mulher, com salários justos e iguais, com acesso as universidades públicas, com políticas de Ação Afirmativa que realmente nos incluam como cidadãs após 4 séculos de exclusão estatal.
A possibilidade da casa própria, da agricultura familiar com DAP da mulher, com salários justos e iguais, com acesso as universidades públicas, com políticas de Ação Afirmativa que realmente nos incluam como cidadãs após 4 séculos de exclusão estatal.
É por isso e muito mais
que marchamos no dia 18/11 e que
CONTINUAMOS EM MARCHA.
CONTINUAMOS EM MARCHA.
Leonor Araujo
Presidenta
Nacional do Instituto Ganga
Do Núcleo Nacional
Impulsor da Marcha das Mulheres Negras
Articulação Nacional de
Mulheres Negras Brasileiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário