Realizada em Montes
Claros a IV Conferência Regional de
Promoção da Igualdade Racial do Norte de Minas, com a participação de 34
municípios, que infelizmente teve um público pequeno os 34 municípios juntos
não conseguirão levar no evento 70 pessoas olhando por este prisma a
mobilização foi pífia, lembrando que em 2005 na primeira conferencia tivemos
176 pessoas presentes, e passados 3 edições ainda tem muitas proposta que não
sairão do papel.
Um ponto positivo e
o reconhecimento pelo município de Montes Claros da comunidade de Monte Alto como
a primeira comunidade quilombola em Montes Claros, a 13 quilômetros da sede. O
processo de criação dessa comunidade quilombola foi iniciado pela Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Social e agora será montado o processo, para
buscar o credenciamento na Fundação Palmares. O foco é construir uma escola na
localidade, usando os recursos do programa Brasil Afrodescendente.
A Conferência teve
inicio às 19 horas, no campus Darcy Ribeiro prédio 06 UNIMONTES, com a presença
do secretário Nilmário Miranda, de Direitos Humanos e Cidadania.
A Conferência
Regional de Promoção da Igualdade Racial do Norte de Minas ocorre no momento em
que Montes Claros vivem, uma polêmica: uma pedagoga (cujo nome foi mantido em
sigilo) foi presa acusada de injúria racial, ao ofender um segurança de um
hospital. Ela o teria chamado de ‘macaco’ e negro, durante um atendimento. Ela
chegou ao hospital com um filho adolescente passando mal. Outro filho dela, que
é acadêmico de medicina, acompanhou o atendimento, quando a pedagoga também
pediu para entrar alegando que o filho estava na condição de acadêmico. O
segurança não deixou porque é permitida a entrada de apenas um acompanhante. A
mulher ficou exaltada e chamou o segurança de macaco e negro. A mulher foi
autuada em flagrante e liberada após pagar fiança de R$ 1 mil, mas vai
responder pelo crime em liberdade.
A IV Conferência
Regional de Promoção da Igualdade Racial do Norte de Minas tem como tema deste
ano “O Brasil na Década do Afrodescendente: Montes Claros promovendo a Igualdade
Racial por nenhum Direito a menos”. Abertura, dia 24, 19 horas, no auditório Mário Ribeiro da Silveira, no prédio 06 e no dia 25 iniciou as 8.30h e terminou às 17.30 com a fala da camarada Claudia Menezes Vitalino da direção nacional da UNEGRO, os grupos de trabalhos acontecerão durante todo dia, com vários temas discutidos e no final a eleição dos
delegados que irão representar o norte do estado na IV conferencia estadual que
irá acontecer em Belo Horizonte nos dias 25 a 27 de Agosto de 2017.
Territórios
remanescentes de quilombos
O Território
Remanescente de Comunidade Quilombola é uma promessa que ainda está no papel
apressar da luta dos quilombolas do movimento negro brasileiro estamos correndo
o risco de perder tudo que conquistamos até hoje por isto vejo como positivo a
realização das conferencias municipais e regionais.
Os remanescentes de
quilombo são definidos como grupos étnico-raciais que tenham também uma
trajetória histórica própria, dotado de relações territoriais específicas, com
presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão
histórica sofrida, e sua caracterização deve ser dada segundo critérios de
auto- atribuição atestada pelas próprias comunidades, como também adotado pela
Convenção da OIT sobre Povos Indígenas e comunidades tradicionais quilombolas.
A chamada comunidade
remanescente de quilombo é uma categoria social relativamente recente,
representa uma força social relevante no meio rural brasileiro, dando nova
tradução àquilo que era conhecido como comunidades negras rurais (mais ao
centro, sul e sudeste do país) e terras de preto (mais ao norte e nordeste),
que também começa a penetrar ao meio urbano, dando nova tradução a um leque
variado de situações que vão desde antigas comunidades negras rurais atingidas
pela expansão dos perímetros urbanos até bairros no entorno dos terreiros de
candomblé.
Atualmente, há mais
de 2 mil comunidades quilombolas no país, lutando pelo direito de propriedade
de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988.
Hilário Bispo
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