sábado, 30 de janeiro de 2010

LEI Nº 11.635, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2007. Institui o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.


LEI Nº 11.635, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2007.

Institui o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa a ser comemorado anualmente em todo o território nacional no dia 21 de janeiro.

Art. 2o A data fica incluída no Calendário Cívico da União para efeitos de comemoração oficial.

Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de dezembro de 2007; 186o da Independência e 119o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Gilberto Gil

Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.12.2007
Fonte: http://www.planalto .gov.br/ccivil_ 03/_Ato2007- 2010/2007/ Lei/L11635. htm

NOTICIAS

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é lembrado em todo o país
19/01/2010 - 18:44
Embora a religiosidade de origem africana seja reconhecida como uma importante característica da identidade nacional, os praticantes da umbanda e candomblé ainda são vítimas do preconceito no Brasil contemporâneo. Para alertar a sociedade para esse fato, o 21 de janeiro foi incluído no calendário cívico como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

A data é uma homenagem à memória de Mãe Gilda, yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum, um dos mais tradicionais da Bahia. Ela teve sua fotografia publicada em um jornal evangélico de grande circulação, associada ao charlatanismo. Depois de sofrer a invasão e depredação de seu templo religioso, a mãe de santo apresentou problemas de saúde que culminaram com a sua morte, provocada por um infarto, em 21 de janeiro de 2000.

O município de Salvador foi o primeiro a instituir o Dia de Combate à Intolerância Religiosa. Em 2007, o Congresso aprovou e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 11.635, oficializando a data. Desde então, vários segmentos afro-religiosos se mobilizam para lembrar que, mesmo sendo o Estado laico, é necessário que o Poder Público promova o respeito, o reconhecimento e a reparação política e social das comunidades de terreiro como forma de garantir a liberdade de crença prevista na Constituição.

Fonte: http://www.presiden cia.gov.br/ estrutura_ presidencia/ seppir/noticias/ ultimas_noticias /dianacional_ combateintoleran cia/


Meu cordial Axe!

Iya Dolores Lima
CETRAB
Secretária Geral da Executiva Nacional



segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Igualdade Racial Por Edna Lopes

Igualdade Racial
Por Edna Lopes

Mais do que a rejeição da cor da pele de um povo, o racismo se constitui na negação da história e da civilização desse povo; a rejeição de seu ethos, de seu ser total. A diversidade, contudo, é a condição universal da existência humana, e a riqueza da experiência humana se funda em grande parte na interação, na intercomunicação e no intercâmbio entre culturas específicas. O objetivo verdadeiramente revolucionário não é erradicar as diferenças (...) [mas antes] evitar que elas sejam transformadas em pedras fundamentais da opressão, da desigualdade de oportunidades ou da estratificação social.
Abdias do Nascimento e Elisa Larkin Nascimento


Tambores
agogôs
berimbaus
caxixis
evocam nossa ancestralidade.

Meninos
meninas
de todos os credos
de todas as idades
de todos os tons de pele
de todos os sotaques
dançam e afirmam nossa brasilidade,
homenageam nossa herança cultural.

No jogo de
pernas
braços
mãos
olhares,
o corpo em ebulição.

Negros
brancos
índios
amarelos
mestiços
dançam,
riem,
felizes...

É o estado da Arte,
é a Espécie humana
exaltando a vida.

Os pecados do Haiti

"Pense no Haiti, reze pelo Haiti..."
Abraço, Edna Lopes

Os pecados do Haiti

Publicado em 15 de Janeiro de 2010 por Eduardo Galeano

(tradução livre de Antonio Folquito Verona)
A democracia haitiana nasceu há muito pouco. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e enferma não recebeu nada, além de bofetadas. Estava ainda recém nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de terem colocado e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos pegaram e impuseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que havia tido a louca aspiração de querer um país menos injusto.
O voto e o veto
Para apagar as nódoas da participação norte-americana na ditadura carniceira do general Cedras, os infantes de marinha levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para retomar o governo, mas o proibiram exercer o poder. Seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, porém mais poder que Préval tem qualquer burocrata de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha sequer eleito com um voto apenas.
Mais que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum de seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, instrução aos analfabetos o terra aos camponeses, não recebe resposta, ou o contradizem ordenando-lhe: - Faça a lição! E como o governo haitiano nunca aprende que deve desmantelar os poucos serviços públicos que ainda permanecem, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores acabam sempre por reprová-lo.
O álibi demográfico
No final do ano passado quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Assim que chegaram, a miséria do povo os atingiu frontalmente. Então o embaixador de Alemanha lhes explicou, em Porto Príncipe, qual é o problema: - Este é um país demasiadamente povoado - disse-. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.
E riu. Os deputados se calaram. Essa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou as cifras. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, tanto quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilometro quadrado. Em sua passagem pelo Haiti, o deputado Wolf não apenas foi atingido pela miséria: também ficou deslumbrado pela capacidade de expressar a beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado… de artistas.
Na realidade, o álibi demográfico é mais o menos recente. Até a alguns anos, as potências ocidentais falaram bem mais claro.
A tradição racista
Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando alcançaram seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e revogar o artigo constitucional que proibia a venda de terras aos estrangeiros. Robert Lansing, então secretário de Estado, justificou a prolongada e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de se governar por si mesma, que possui “uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização”. Uno dos responsáveis pela invasão, William Philips, havia elaborado anteriormente a sagaz idéia: “Esse é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que tinham deixado os franceses”.
O Haiti havia sido a pérola da corona, a colônia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com força de trabalho escrava. No espírito das leis, Montesquieu o havia explicado sem travas na língua: “O açúcar seria demasiado caro se não trabalhassem os escravos para sua produção. Esses escravos são negros desde os pés até a cabeça e têm o nariz tão esmagado que é quase impossível ter deles alguma pena. Resulta impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma e sobretudo uma alma boa num corpo inteiramente negro”.
Em troca, Deus havia colocado um chicote na mão do feitor. Os escravos não se distinguiam por sua vontade de trabalho. Os negros eram escravos por natureza e vadios também por natureza; e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir ao amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrasse o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: “Vagabundo, desocupado, negligente, indolente e de costumes dissolutos”. Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro “pode desenvolver certas habilidades humanas, como o papagaio que fala algumas palavras”.
A humilhação imperdoável
Em 1803, os negros do Haiti ocasionaram uma tremenda derrota às tropas de Napoleão Bonaparte e Europa não perdoou jamais essa humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes sua própria independência, porém conservava ainda meio milhão de escravos trabalhando nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era senhor de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.
A bandeira dos livres se içou sobre as ruínas. A terra haitiana havia sido devastada pele monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França. Uma terça parte da população havia caído em combate. Então, começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém comprava dela, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.
O delito da dignidade
Nem mesmo Simão Bolívar, que soube ser tão valente, teve a coragem de assinar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar poderia ter reiniciado sua luta pela independência americana, quando já havia derrotado a Espanha, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano lhe havia entregado sete navios, muitas armas e soldados, com a única condição que Bolívar libertasse os escravos, uma idéia que ao Libertador não lhe passava pela cabeça. Bolívar cumpriu com esse compromisso, porém depois de sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvado. E quando convocou as nações americanas para a reunião do Panamá, não convidou o Haiti, mas sim a Inglaterra. Os Estados Unidos reconheceram o Haiti depois de sessenta anos do final da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque possuem pouca distância entre o umbigo e o pênis. Naquele instante, o Haiti já estava nas mãos de carniceiras ditaduras militares, que destinavam os famélicos recursos do país para pagar a dívida com ex-metrópole: a Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à Francia una indenização gigantesca, como modo de ver-se perdoado por ter cometido o delito da dignidade.
A história do assédio contra o Haiti, que em nossos dias tem dimensões de tragédia, é também una história do racismo na civilização ocidental.

Lundas e tchokwes


ATT: Amigo são várias estatuas que representam a cultura Tchokwe, vc entrando para este link vc pode ver mais máscaras.

www.nossoskimbos.net/Etnografia/Mascaras/imag


lundas e tchokwesLundas e Tchokwes

Há muitos séculos atrás tinham sido um povo só. Lundas e tchokwes saíram
do mesmo núcleo, a grande diferença é que os Lunda ficam no seu território
desde sempre, os tchocwe transformam-se num grupo de extrema mobilidade
que a partir do século XVI percorre todo o país. São essencialmente
caçadores e comerciantes saindo, por isso, em busca de marfim borracha,
etc. Essa extrema mobilidade não lhes permite desenvolver estruturas
políticas tão pesadas como era a hierarquia da Mussumba, por isso fazem
aquilo que se chama a diáspora Tchokue, inflectem para o sul, dividem os
Nganguela ao meio. Angola tem Tchokwe em todo o território. No final do
século XIX os Tchokwe regressam ao seu território de origem, tomam,
militarmente, o poder dos Lunda e absorveram as suas instituições. As duas
realidades Tchokwe no século XIX misturam-se outra vez. A invasão Tchokue
é coincidente com a conferência de Berlim, e o traçar das fronteiras em
África leva a que do lado de Angola fiquem misturados Lundas e Tchokwes,
mas a Mussumba do Matchiamvua que era a sede do poder Lunda fica do lado
do Zaíre por imperativos da conferência de Berlim.
Os lundas Tchokwe tem como território natural o Moxico, tendo se estendido
paras as regiões das Lundas Norte e sul, na parte nordeste de Angola.
tem como dança predominante o Tchianda, Calukuta, Tchombe, Txisselá. Tem
como símbolo a estátua Samayonga, vulgo Mwana pwó, que em portguês significa
"menina".

domingo, 24 de janeiro de 2010

8° BATIZADO E FORMATURA DO GRUPO CAPOEIRANDO

SALVE A CAPOEIRA!

C O N V I T E

O CENTRO CULTURAL CAPOEIRANDO
VEM ATRAVEZ DESTA COMUNICAR AOS CAPOEIRISTAS E AMIGOS, QUE SERA REALIZADO.

O 8° BATIZADO E FORMATURA DO GRUPO CAPOEIRANDO.
O EVENTO SERA REALIZADO NOS DIAS:
14 E 15 DE MAIO DO ANO DE 2010.
DENTRO DA PROGRAMAÇÃO DO FECAN
PROGRAMAÇÃO
SEXTA F. 14/05/10
RODA DE CONFRATERNIZAÇÃO: PRAÇA Dr: CARLOS. As 19:Hs
SABADO: 15/05/10
DE 08:AS 11:Hs OFICINA DE CAPOEIRA
15:Hs OFICINA DE RODA
16:Hs DAREMOS INICIO AO BATIZADO.
JA CONTAMOS C/A VOSSA PARTICIPAÇÃO.

ATENCIOSAMENTE: MESTRE ZEZÃO E PROFESSORES: SIDNEY E LUCIANA AXÉ.

CONTATO:

SIDNEY(038)3223-0572 /99084385

M.ZEZÃO(038)88032982

LUCIANA AXÉ OBS:LIGAR DEPOIS DAS 16:30Hs (038)3223-5764/ 99026924

OBS: AQUELES QUE DESEJAR PARTICIPAR TERA QUE ESTAR DEVIDAMENTE TRAJANDO CALÇA E CAMISA BRANCA (ABADÁ).
INICIANTES E ALUNOS GRADUADOS, FAVOR TRAZER COLCHONETE E ROUPA DE CAMA. FAVOR CONFIRMAR A PARTICIPAÇÃO.

MONTES CLAROS MG 20/01/2010
AXÉ!!!!!

LUCIANA AXÉ.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Movimento Negro brasileiro pede expulsão do Cônsul Geral do Haiti

Movimento Negro brasileiro pede expulsão do Cônsul Geral do Haiti
Organizações negras, líderes religiosos e intelectuais de todo o país estão manifestando-se em relação às declarações racistas do cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine e pedem sua expulsão imediata do Brasil.Sem saber que estava sendo gravado pela equipe do SBT, Antonie diz que a culpa do terremoto que destruiu o Haiti foi do Vodu, religião da origem africana popular naquele país. “Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem uma maldição” e afirma que a catástrofe, que vitimou centena de milhares de haitianos, foi boa para o Consulado "A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido”, afirmou o representante do país no Brasil. “Todo lugar que tem africano lá tá f...", completa.As afirmações exibidas no último dia (14), no jornal "SBT Brasil", causaram indignação dos ativistas negros que as consideram como racista e despeitosa com todos os afrodescendentes no mundo. Para Silvio Humberto Cunha, diretor do Instituto Steve Biko “essa declaração demonstra como o racismo não tem fronteiras, as pessoas vêm os negros como sub-humanos”. Silvio Humberto pede que Itamaraty tome “medidas energéticas” em relação ao caso e conclama o movimento negro a se posicionar.O vídeo, divulgando no site YouTube, já foi traduzido para inglês e espanhol e está causando uma série de manifestações internacionais, sobretudo por somar-se às declarações do pastor americano Pat Robertson dono do canal "Christian Broadcasting Network" quando afirmou que a causa do terremoto foi um "pacto com o diabo" realizado pelos haitianos para que o país se tornasse independente da França.O Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos (CNNC), afirma em seu blog que “estes fatos nos trazem a reflexão do racismo e intolerância com o povo haitiano” e lembra o comentário feito pelo jornalista Arnaldo Jabor para quem uma das causas da falta de democracia no Haiti são as “raízes africanas tribais e bárbaras”.A presidente do Conselho do Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia (CDCN), Vilma Reis, afirma que o discurso do Antonie reflete o pensamento racista dominante “ele apenas verbalizou o que maioria dos racistas pensa sobre nós” e lembra que muitos diplomatas vivem da miséria do povo haitiano fazendo carreiras nos órgãos internacionais.Na próxima quarta-feira, 20/01, às 19h, organizações do movimento negro baiano e membros de religiões de matriz africana convocarão a imprensa para uma manifestação conjunta em favor da expulsão do cônsul George Samuel Antoine. A reunião será realizada na sede do Instituto Steve Biko, Largo do Carmo, Pelourinho, em Salvador.

O vídeo com os comentários racistas encontra-se no site http://correionago.ning.com/video/terremoto-no-haiti-consul
Por Paulo Rogério Nunes

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Haiti, é raiz da única revolução vitoriosa de ex-escravos africanos no mundo!

Haiti, terras dos negros revoltosos

O Haiti, é raiz da única revolução vitoriosa de ex-escravos africanos no mundo, e derrotou em 1804 o maior exército imperialista da época, o EXÉRCITO DE NAPOLEÃO BONAPARTE.
As grandes potências industriais, França, EUA, Inglaterra e outras, jamais engoliram esta derrota imperialista de grande significado histórico para todos os oprimidos e em especial aos negros de todo o mundo, e desarticulam todas possibilidades de autonomia e independência do povo haitiano.
A presença americana quando não é direta através de suas tropas, estimulou ao longo da história ditaduras fantoches como de Jaques Duvalier, o Papa Doc e em seguida a de Baby Doc, período de ditaduras sangrentas que tinha inclusive como umas das principais bases econômicas a exportação de sangue haitiano para abastecer hospitais americanos nos EUA.
É uma presença tão nefasta, que não aceita nem governo social democrata, tipo Joan Batiste Aristides, que sofreu dois golpes de estados militares, sendo a última quando preparava as comemorações dos 200 anos da revolução vitoriosa dos ex-escravos haitianos.
Através da Organização das Nações Unidas, criou-se a MINUSTAH, forças militares composta por vários países do mundo, sob a coordenação das tropas brasileiras, que se encontram no Haiti realizando o trabalho repressivo junto às organizações autócnes (locais) com o argumento de que sem a presença externa os grupos criminosos tomam o território. ESTE É UM ARGUMENTO VERGONHOSO CONTRA A SOBERANIA DO POVO HAITIANO.
Várias regiões do Brasil são controladas pelo narcotráfico, grupos de roubo de cargas , desvio de madeiras em regiões de proteção do meio-ambiente, e não cogitamos que sejam ocupadas por tropas extrangeiras militares. ISTO É RACISMO PURO emk relação ao Haiti.
Através dos meios de comunicação faz-se campanhas midiáticas a fim de convencer a opinião pública mundial, da necessidade da presença das tropas.
O Haiti, como todos os africanos do mundo é vítima da ação racista, colonialista, imperialista, que tem como raiz o capitalismo surgido na Europa, a partir do século XII e expandido através de guerras genocidas, para a Ásia, África e Américas.
Em especial o Genocídio dos Africanos: invasão do território africano, matança e seqüestro de africanos, mortes na travessia do Atlântico, exploração do trabalho dos africanos no Brasil durante o período da escravidão, três séculos e meio, racismo pós Abolição da Escravatura, 1888 no Brasil.
A situação do Haiti é fruto dessa exploração histórica e represália pela realização da Revolução Vitoriosa no Haiti em 1804.
Toda ação externa deve ter como eixo a REPARAÇÃO HISTÓRICA AOS AFRICANOS NO MUNDO, com ação especial para o Haiti uma das principais vítimas do Racismo Internacional.
Concordamos com as propostas aprovada na FRENTE DE SOLIDARIEDADE AO POVO HAITIANO:
Exoneração do racista Cônsul Geral do Haiti no Brasil.
Retirada das tropas brasileiras do Haiti e transformação em ajuda humanitária.
Cancelamento da Dívida Externa Ilegítima .
Envio de pessoal técnico para trabalhar a terra, desenvolver ações na área da educação e saúde.
Ajuda Humanitária para reconstrução de curto, médio e longo prazo.
Envio de água, alimento e semente para plantio.
Entrega da Apoio Financeiro e de Material diretamente às organizações locais e não ao governo fantoche imposto pelo imperialismo.
Atividades nacionais no dia 21 de março, DIA INTERNACIONAL PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
Ações do MNU em conjunto com outros setores do Movimento Negro e outros Movimento Sociais no Fórum Social Mundial Temático de Salvador-BA, onde estaremos trabalhando o Genocídio da Juventude Negra e a Questão de Gênero, e no Fórum Social Mundial Temático de Porto Alegre-RS, onde estaremos priorizando a Luta dos Quilombolas no Brasil, pelo apoio ao povo haitiano.
Debates, Seminários, Atividades Culturais, Venda de materiais a fim de divulgar e levantar finanças.

Milton Barbosa
Coordenador Nacional de Relações Internacionais do
Movimento Negro Unificado

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Traficantes instalam boca de fumo dentro de terreiro de Mãe Stella

FONTE
Jorge Gauthier Redação CORREIO

Os espaços sagrados dos terreiros de candomblé não estão mais imunes à violência. A força dos orixás não conseguiu impedir que, na área de mata atlântica dentro do terreiro Ilê Axé Opó Afonjá, de Mãe Stella de Oxóssi, no São Gonçalo do Retiro, criminosos montassem uma cabana para servir de quartel para venda e distribuição de drogas na Baixinha de Santo Antônio.
O espaço físico da cabana em meio a árvores e plantas sagradas, montado com mesa de tampo de vidro, cadeiras, balança de precisão e sofás, foi destruído pela polícia há quatro meses. Contudo, segundo o delegado Adailton Adam, titular da 11 ª Delegacia (Tancredo Neves), responsável pela área, o ambiente ainda continua sendo usado pelos traficantes. “Eles permanecem entrando na área do terreiro através do muro que está sendo construído para embalar e distribuir drogas e dividir roubos”, conta.
Insegurança
Os usuários de crack, maconha e cocaína ameaçam os templos e moradias dos filhos-de-santo. Os frequentadores do terreiro contam que, no último ano, têm sido constantes os arrombamentos aos cerca de 130 imóveis existentes na área de 39 mil metros quadrados do terreiro, que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Somente na última semana, foram invadidas as casas dedicadas a Iemanjá, Oxalá e Oxum. Nos imóveis erguidos para Iansã, Ogum e Omolu, foram arrancadas as inscrições com os nomes dos orixás, feitas de bronze. Já na última quarta-feira de dezembro, foi levado o cofre com oferendas depositadas por fiéis para Xangô. No mesmo dia, os ladrões invadiram a casa de Oxalá, de onde levaram um botijão de gás, depois de entrar pela janela e arrombar 28 portas dos filhos-de-santo.
“Moram cerca de cem famílias na área do terreiro. Os ladrões costumam entrar na casa quando ela está vazia, levam dinheiro, bagunçam tudo. Nas casas dos orixás, eles se aproveitam quando não tem ninguém”, conta o presidente do Conselho Civil da Sociedade Cruz Santa do Axé Opô Afonjá, Ribamar Daniel, que frequenta o terreiro há 20 anos. Ele contou ainda que o conselho do terreiro decidiu encaminhar ofícios aos Ministérios Públicos Federal, Estadual e Iphan, solicitando apoio e proteção ao terreiro.
Desrespeito
Além dos roubos, os usuários de drogas fazem das varandas dos imóveis dedicados aos orixás “rodas” para fumar maconha e fazer sexo. “Canso de ver gente fumando e transando aqui, na frente da casa de Oxóssi”, indigna-se um ogã que há 51 anos mora no terreiro.
A líder religiosa do terreiro, Mãe Stella, não acredita que as ações violentas contra o Ilê Axé Opô Afonjá estejam relacionadas com intolerância religiosa. “Isso é coisa de jovens levados pelo tráfico de drogas. Eles têm falta de amor próprio, só assim podem ter coragem de profanar um local sagrado. Não se consideram como gente”, reclamou.
Muro da discórdia
A área do terreiro, segundo o delegado, está encravada em um bolsão de tráfico de drogas. “Isso facilita que os bandidos invadam o terreno. Os fundos são colados na invasão Baixinha do Santo Antônio, um dos cinco pontos mais perigosos da área ”. Os outros quatro, segundo o delegado, são o Arenoso, Buracão, Suvaco da Cobra e Rua do Canal.
Nos últimos meses, a direção do terreiro, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), resolveu construir um muro de concreto para separar o terreiro da invasão. O muro está sendo construído no limite da quadra de esportes, que não é usada pelo terreiro. Traficantes, porém, já mandaram avisar que vão derrubar o muro.
“A ocupação desordenada tirou espaço do terreiro, que antes chegava até a BR-324. Hoje, a construção do muro é necessária para proteção. Nosso espaço precisa ficar separado”, disse Mãe Stella, que este ano comanda a festa em comemoração ao centenário do terreiro.
O delegado destacou que o terreiro deve promover o isolamento. “Indiquei que a administração do terreiro acabe com a quadra e plante mais árvores no local. Isso vai dificultar o uso do espaço para o crime”, analisou.
Na madrugada de domingo, bandidos arrombaram o depósito da Conder, onde roubaram carro de mão, picaretas e vigas de ferro. Os operários que trabalham na construção contam que recebem constantes ameaças. “Ficarmos cercados é um retrocesso da nossa religião, que tanto lutou pela liberdade de culto. No passado, convivemos muito com a intolerância, até da própria polícia. Mas nesse momento, o muro é a melhor opção”, completou a religiosa.
A área próxima ao muro é um campo minado, cheio de informantes. Ao perceber a chegada de estranhos, os assobios de aviso aparecem rapidamente. Em menos de um minuto, já surgem pessoas circulandonoaltodas casasao lado do muro. “Eles temem que sejam a polícia”, avalia um membro do terreiro.
Pouca proteção
Nos fundos das casas de santo, a área de matagal é o esconderijo predileto dos assaltantes, usuários e traficantes de drogas. Para todo o terreno, entre mata e residências, há apenas um segurança, desarmado, da empresa GPS Vigilância. Além de percorrer o terreno, o segurança ainda tem que fazer, às vezes, de porteiro.
O delegado indica que, por ser uma área privada, a responsabilidade de manter a segurança é do terreiro. Contudo, como há vigilância particular, os funcionários serão ouvidos para prestar esclarecimentos sobre os furtos. “O valor de manutenção da guarita com o segurança é pago, desde 2008, por um frequentador do terreiro. Isso foi preciso depois que roubaram 200 cadeiras do barracão”, explica Ribamar. Além disso, a PM faz rondas na área do terreiro, quando chamada.
Investigações
Na quarta-feira (7) pela manhã, o desempregado Marcos Conceição Evangelista, 27 anos, morador do São Gonçalo, foi detido para averiguação por policiais da 11ª Delegacia sob a acusação de integrar o grupo que vem assaltando o terreiro de Mãe Stella. “Pelo menos 60 botijões foram roubados nos últimos meses. Testemunhas reconheceram o Marcos, que agiria com outro jovem, de nome Flávio”, disse o delegado.
Terreiro é destruído a marretadas e bombas
Bombas, marretas e metralhadoras foram usadas para colocar no chão um terreiro de candomblé na invasão Babilônia, no bairro de Tancredo Neves. A demolição, promovida por traficantes da região em 20 de dezembro do mês passado, ocorreu quatro dias após o pai-de-santo do terreiro, José dos Santos Bispo, 43 , conhecido com pai Santinho, ser assassinado a tiros em sua casa, que ficava no mesmo prédio do terreiro.
No dia da derrubada do imóvel, os foguetes anunciaram a festa em frente aos restos do templo. O afilhado do pai Santinho, zelador-de-santo Eraldo Silva, conta que filhos-de-santo foram expulsos do local pelos traficantes. “Ogãs receberam ordem para sair e não pisar mais na Babilônia. Tudo foi destruído. Até uma bomba jogaram na casa de Exu. Foi o maior desrespeito a nossa religião. Os traficantes botam todo mundo para correr de lá”, disse Silva, que possui um terreiro em Valéria.
Pai Santinho, que chegou a morar na Itália e era travesti, foi encontrado com marcas de tiros no banheiro de sua casa. O religioso foi morto, em 16 de dezembro de 2009, após ter denunciado que um de seus filhos-de-santo havia sido assassinado.
O delegado Adailton Adam, titular da 11ª Delegacia, unidade responsável pelo caso, esclarece que ainda não é possível afirmar que essa tenha sido a motivação do crime. “Pelas investigações identificamos que três traficantes (Sassá Cebola, Bahia e Budé) cometeram o homicídio, mas eles estão foragidos. Só quando prendermos será possível saber a motivação”.
Os assaltos ao terreiro de Mãe Stella, e a demolição do de pai Santinho, em Tancredo Neves, segundo o delegado Adailton, não são as principais ocorrências da área. “ São 27 homicídios por mês na região. As ruas são estreitas e o tráfico de drogas é muito pulverizado ”.
Violência ameaça papel social
Mariana Rios

Já não bastam defesa e proteção dos orixás. Muros precisam ser erguidos e até segurança privada evocada. Após anos de perseguição policial e até exigência de uma licença - abolida em 1970 pelo governador Roberto Santos - os terreiros de candomblé vêm conhecendo um novo lado perverso, estimulado, segundo historiadores, pela violência e intolerância religiosa. “Há uma mudança de atitude em curso. Há dez anos, não se roubava nem baiana de acarajé, por medo de maldição e dos orixás”, explicou o historiador e diretor geral da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro.
Segundo Castro, aos poucos está se perdendo “o caráter de aldeia de bom coração”, atribuído aos terreiros. “Não vai dar para manter as portas abertas à comunidade. É um sofrimento esse endurecimento das relações”, disse o historiador, que cita o Parque São Bartolomeu, no subúrbio ferroviário, como exemplo de área perdida para o crime.
Para o pesquisador, historiador e professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Jaime Sodré, a agressão ao terreiro de Mãe Stella é um ato de barbárie. “Foi um gesto absurdo de primatização, de retorno ao primitivo. Cabe à polícia dar uma resposta aos orixás”.
Líderes do candomblé ficam indignados com ataques a terreiro
Os ataques a um dos terreiros mais populares do país causaram indignação a líderes religiosos do candomblé de Salvador. Ialorixá do Terreiro Gantois, no bairro da Federação, mãe Carmem de Oxalá desabafa: “É uma falta de respeito pela fé, pelo ser humano e ao patrimônio da humanidade”.
A revolta é compartilhada também por mãe Índia, do Terreiro de Bogum, no Engenho Velho da Federação. “Nunca tivemos problemas com eles (bandidos), mas não estamos livres de um ataque. Sinto por Mãe Stella, ialorixá respeitadíssima no Brasil”, disse.
Para o pai-de-santo Anselmo Santos, o Tata Dya Nkis do Terreiro Mokambo, na Vila Dois de Julho, a humanidade está desamando. “As pessoas estão matando por um par de tênis. Não estão valorizando a vida, uma dádiva de Deus”.
Federação de culto afro pede a Wagner apuração rápida
A Federação Nacional do Culto Afro-brasileiro (Fenacab) encaminhou ao governador Jaques Wagner um documento solicitando providências em relação aos ataques e à violação do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. “Pedimos mais segurança e uma apuração rápida para este crime”, explicou o presidente da Fenacab, Aristides Mascarenhas.
Núcleo da PM orienta terreiros
Criado em 2005, o Núcleo de Religiões de Matriz Africana da PM da Bahia (Nafro-BA) orienta pais e mães-de-santo sobre como agir em casos de invasão dos espaços sagrados. Também faz a aproximação entre os comandantes da PM e os terreiros. “Nesta quarta-feira (6), recebemos a denúncia de um terreiro no Jardim Santo Inácio que foi invadido. O babalorixá prestou queixa na 10ª Delegacia e procurou o Ministério Público”, contou o coordenador geral , sargento Eurico Alcântara. Para receber orientação basta ligar para o telefone do Nafro.
Endereço
Travessa D‘Ajuda, Edf. Sulamérica, sala 303, Centro. Tels: (71) 3321-7859
(Notícia publicada na edição impressa do dia 7 de janeiro de 2010)
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