terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Sônia Baiana será homenageada com o Troféu Rainha Nzinga 2022, em Montes Claros-Mg

Sônia Baiana


Com alegria, simpatia e o amor à culinária, Sônia Maria Menezes Pinto, a Baiana, como é conhecida em Mesquita, conquistou muitos clientes vendendo acarajé na Praça Elizabeth Paixão, Centro.
Há pouco mais de 20 anos, ela saiu da Bahia e veio para o Rio de Janeiro com o objetivo de apresentar para os cariocas seu talento na gastronomia com os segredos de preparo do acarajé deixados pela avó. Mãe de dois filhos, Baiana, como gosta de ser chamada, começou a vender acarajé em Copacabana. Seu trabalho na Zona Sul fez sucesso, porém o maior lucro ia para a dona do negócio. Com isso, Sônia Baiana apostou em seu potencial e começou a vender acarajé na Praça da Telemar, Mesquita.
O ponto para colocar seu tabuleiro mudou, passou a vender seu quitute na Praça João Luiz do Nascimento, centro, às quintas – feiras.
Sônia contou com o apoio da incubadora Afro Brasileira, que, segundo ela, investe em qualificação e inclusão social para dar certo. “A incubadora me dá base para transformar ideia em realidade. Estou feliz por mostrar na Baixada minha cultura e vender o autêntico acarajé”. O tempero da Baiana a transformou até em personagem de quadrinhos de uma revista de divulgação da Incubadora.
Desde quando chegou ao Rio de Janeiro, Sônia Baiana mora em Mesquita e fala com empolgação do município. “Amo morar aqui, não penso em voltar pra Bahia e para onde vou trabalhar, apresentar a gastronomia baiana, eu levo comigo o nome do meu município. Tenho orgulho de morar aqui. Eu prometi pra mim que assim que Mesquita fosse emancipada eu iria transferir o meu título de eleitor para cá. E foi isso que fiz. Quero ajudar Mesquita a crescer ainda mais”, disse emocionada.
A autêntica baiana faz questão de dizer que não é apenas uma vendedora de acarajé. “Eu represento um segmento da cultura Afro, que é a gastronomia. Falar que sou apenas uma vendedora de acarajé é muito pouco. O que faço é um resgate cultural”, afirmou.
O sucesso do Acarajé da Baiana está no amor em que prepara os prepara e a autenticidade dos ingredientes trazidos diretamente da Bahia. “Tudo o que faço é caprichado. Costumo dizer que não tenho compradores. Compradores vêm, compram e não voltam mais. Eu tenho clientes. Clientes que chegam de outros municípios atrás do autêntico acarajé da Baiana”, contou.
Às segundas na Pedra do Sal, no primeiro sábado do mês na Feira do Lavradio e, aos domingos em Laranjeiras,  ela monta sua linda banca,  se veste caracterizada de baiana com direito a turbante e apresenta seu acarajé em tabuleiros, panelas de barro e toalhas de renda. O azeite de dendê é enviado pelos seus parentes que ainda moram na Bahia. “O azeite de lá é puro, verdadeiro. Faço tudo conforme a nossa tradição, tudo é original”, disse.
Sônia Baiana se apresenta em vários municípios e no Rio de Janeiro levando sua cultura e o nome de Mesquita. A “arretada baiana”, agora quer mostrar o quê que a baiana tem.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Relatório da Primeira reunião para o Encontro da Rainhas Nzinga 2021.

Relatório da Primeira reunião para o Encontro da Rainhas Nzinga 2021.
Inicio: 16:00 as 18:h – Local: CEDINE - Praça Cristiano Otoni, S/N - 6º Andar - Centro, Rio de Janeiro – RJ - Central do Brasil – Sala 750.
Por ordem alfabética presentes as rainhas: Claudia, Enoia (via scam), Fátima, Ivonete, Lenilda, Pituka e Valeria (Hilário Bispo tentou mais não conseguiu manter o link)
Algumas rainhas justificaram sua ausência direto no grupo do zap das Rainhas Nzinga 2021.
Segue relatório:
Assunto discutido foi que o grupo de produção seria formado pelas pessoas que estiveram na reunião, mas não fechado para quem quiser e puder ajudar na realização do evento.
Pituka, Enoia, Claudia e Ivonete conversaram sobre a finalidade do encontro das Rainhas, e de usar as experiências anteriores como norte do que foi bom e o que não foi proveitoso.
Para agilizar a pré-produção do evento, nossas reuniões serão realizadas através de e-mail e fórum na internet, isso pensando numa melhor qualidade de trabalho e mais agilidade, pois reuniões presenciais sempre falta um, e muitos não conseguem cumprir o horário acordado gerando desgastes usaremos o meio mais eficaz que são as redes sociais.
Foi debatido sobre a disponibilidade de trabalho e ajuda de cada presente, Valeria informou de sua impossibilidade de acompanhar reuniões durante a semana pela sua agenda de trabalho; Lenilda no desenvolvimento do material em forma de espelho para a entrega as rainhas, Fátima colocou-se a disposição para usar suas fontes para viabilizar captação de recurso para a realização do encontro mas enfatizou a necessidade do projeto estar em mãos ; Pituka em consenso ficou responsável pela elaboração do pré projeto com base no encaminhado por Claudia acrescido também das contribuições dos presentes na reunião o projeto como documento e para fazer o reconhecimento para o encontro das rainhas a sugestão de se fazer um circuito de atividades durante o evento das rainhas também foi acordado além do locais sugerido foram Casa de Angola e Carlos Gomes.
Encaminhamentos: A proposta inicial a montagem do pré projeto que sirva como guia para caminharmos efetivamente na produção do evento Relatoria: Enoia (caso resolva o problema de conexão). Reuniões mensais a distância via fórum na internet para que as rainhas possam acompanhar e propor esta construção coletiva, mas em caso de necessidade haverá reuniões presencias.
As Rainhas podem se juntar ao grupo de trabalho ao já formados “caso tenhas disponibilidade real” de acompanhar. Ivonete- Não se colocou diretamente em nenhuma tarefa, mas a disposição para cobrir as pendências. Fátima - captação de recurso, Valeria – Qualquer tarefa nos finais de semana. Lenilda  Desenvolvimento do material, Claudia- Interlocução com Montes Claros, design gráfico, além de agendar as reuniões. Pituka - Responsável pelo email e escopo do projeto que será disponibilizado no grupo da produção até segunda quinzena de fevereiro (solicitação que este prazo seja encurtado o mais
prevê possível) Enoia – Relatoria. Extraordinariamente foi acordado logo no início da reunião que Pituka ajudasse na relatoria, pela dificuldade de conexão com Enoia em Maricá. As relatorias poderão ser acrescidas de adendo ate 1 dias após a reunião e a responsável devera entregar em 2 dia pós reunião.
Próxima reunião:15/02/2020, horário a combinar.

Um afro abraço.
As Rainhas Rio 2021



terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Hilário Bispo Idealizador do Troféu Rainha Nzinga

Hilário Bispo é natural de Peçanha, Leste de Minas Gerais, residente em Montes Claros desde 1979.
Ainda menino começou a trabalhar vendendo jornais nas ruas de Montes Claros, época na qual já questionava as injustiças sociais, pois conhecia a realidade do povo carente de Montes Claros.
A sua militância política iniciou-se em 1986, quando começou participar da Pastoral da Juventude Estudantil ( PJE), sendo um dos seus coordenadores na Diocese de Montes Claros. Dois anos depois, entrou para o Movimento Social Negro, no qual tem uma atuação até hoje.
No movimento estudantil, foi Diretor de Cultura do Diretório dos Estudantes de Montes Claros (DEMC); em 1991presidiu o Grêmio Estudantil da Escola Professor Hamilton Lopes em 1992 foi presidente municipal da (UJS) União da Juventude Socialista no município de Montes Claros, Hilário Bispo coordenou a campanha do voto aos 16 anos e o movimento “ Juventude Cara Pintada”.
Hilário Bispo é professor de história, poeta é integra a geração “Psiu Poético” além de ser ator e amante de todas as manifestações culturais.
Trabalhos com crianças e adolescente
Coordenou o projeto “Arte e Expressão” com crianças e adolescentes
Dança de Rua, dança Afro, Capoeira e Teatro
Educador Social no Cras Santos Reis ( Atividades Dança Afro e Artes Plásticas confecção de Mascaras Africanas )
Entidades Associativas:
Neafro Tambores dos Montes.
UNEGRO – União dos Negros Pela Igualdade.
Associação dos Professores de Capoeira de Montes Claros (vice-presidente);
Conselheiro Do Conselho Estadual de Integração e Participação da Comunidade Negra de Minas Gerais.
Atuação
Coordenador do FECAN (Festival de Cultura e Arte Negra).
Idealizador do Troféu Rainha NZINGA
Coordenador da 1ª, 2ª, 3ª Conferencia Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Racial do Município de Montes Claros - MG.

13 de janeiro de 1854, em Santo Amaro, na Bahia, Hilária Batista de Almeida, conhecida como.Tia Ciata.

A imagem pode conter: 1 pessoa“Árvore da Lembrança” Nasceu no dia 13 de janeiro de 1854, em Santo Amaro, na Bahia, Hilária Batista de Almeida, conhecida como.Tia Ciata. Era uma era mãe de santo e quituteira, filha de Oxum — orixá que reina sobre as águas doces, deusa da beleza, do amor, ligada á riqueza, á vaidade e ao poder feminino. Aos 22 anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Tia Ciata foi mãe de 15 filhos/as. Também foi Mãe de Santo. Era doceira e vendia seus quitutes em um “Tabuleiro” vestida como “Baiana”, isso é, com “Saia”, “Pano de Cabeça” e “Pano da Costa”. Numa época em que a libertação dos/as escravizados/as ainda era recente e que as “Religiões de matriz africana e ou afro-brasileiras” e a “Capoeira” eram indesejadas e ou malquistas. Tia Ciata acolhia em sua casa na “Pequena África” que é como era conhecido seu bairro no Rio de Janeiro, africanos/as e seus/as descendentes, mas da mesma forma, imigrantes europeus/ias — paupérrimos/as — recém chegados/as no Brasil. Em 1916, os tambores africanos e ou afro-brasileiros juntaram-se aos violões italianos e aos cavaquinhos portugueses. E “Ai, ai, ai / Dança o samba / Com calor, meu amor / Ai, ai, ai / Pois quem dança / Não tem dor nem calor”. Na casa de Tia Ciata foi gravado “Pelo Telefone” de “Donga” e “Mauro Almeida” que é considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil. Entre 1920 e 1930 era significativo que as “Escolas de Samba” passassem pela “Praça Onze” e pela “Casa de Tia Ciata”. A “Ala das Baianas” nas “Escolas de Samba” são uma referência a Tia Ciata e a outras senhoras “Mães do Samba”.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Selma dos Santos Dealdina ( Rainha Nzinga 2022)


Selma dos Santos Dealdina – Quilombola (quilombo Angelim III – Território quilombola do Sapê do Norte em São Mateus/ES). Assistente Social. Secretária Executiva da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas - CONAQ. Coletivo de Mulheres da CONAQ e da Via Campesina. Organizadora coleção feminismos plurais com o tema Mulheres Quilombolas. Conselheira da Anistia Internacional e do Fundo Socioambiental CASA. Membro do Instituto ELIMU Professor Cleber Maciel, Comissão Espírito Santense de Folclore, Núcleo da Marcha das Mulheres Negras do ES e Coalizão Negra por Direitos. Idealizadora do Festival do Beiju (festival Cultural dos quilombos no ES).
Selma Será homenageada com o Troféu Rainha Nzinga em Montes Claros, Minas Gerais nos dias ,27 e 28 de Maio de 2022,


6ª EDIÇÃO DO TROFÉU RAINHA NZINGA - 2022, MONTES CLAROS - MG




Propósito
  

A 6ª edição do Troféu Rainha NZINGA tem por objetivo da  visibilidade  e valorizar a luta das mulheres que milita no combate ao racismo em diversas frentes como, por exemplo: religião, música, dança artes plásticas, culinária, moda, política, educação e no empreendedorismo.
                                                                                                        
Visão Geral do Troféu
             
O Troféu Rainha NZINGA surgiu dentro das atividades do Festival de Cultura e Arte Negra – FECAN, trazendo algumas nuances da cultura de matriz africana no Brasil em especial no município de Montes Claros. Em 2022 na programação do evento teremos roda de conversas, palestra, lançamento de livros , premiação do troféu Rainha Nzinga e a confraternização com a Comida Di Preto.

Metas do Troféu

 Fortalecer e dar visibilidade a mulher que no seu dia-a-dia militam em defesa da cultura de matriz africana, tão marcante em nossa sociedade.
O troféu tem por objetivo homenagear também a mulher que não tem uma atuação política, mas no fundo é uma guerreira, pois do seu jeito vem construindo um mundo mais humana sendo uma mãe presente, uma trabalhadora exemplar, uma servidora que atende bem o usuário do serviço publico.
As atividades do Troféu Rainha Nzinga: rodas de conversas, lançamentos de livros, palestras e apresentações culturais e premiação das homenageadas.

Objetivo do Troféu

•Manter viva a memória das mulheres que sempre defenderam a cultura de matriz africana, e seu ideal de liberdade.
•Divulgar os fatos históricos que reafirmam a luta das mulheres que militam em defesa da igualdade racial, nas escolas e nas universidades. 
•Dar visibilidade a organizações de mulheres negras, além de contribuir com os pesquisadores, professores, jornalistas, estudantes e sociedade organizada sobre a importância dos elementos de matriz africana na construção da identidade cultural.


Objetivo Geral do Troféu Rainha Nzinga


Promover, a inserção das mulheres negras no espaço de poder. Fazendo um recorte nas questões de gênero e raça, a 6ª do Troféu Rainha NZINGA trabalha a valorização da autoestima das mulheres negras.


                                                         INTRODUÇÃO


 A 6ª edição do Troféu Rainha Nzinga vem romper com  silêncio que envolve as questões de gênero e raça na sociedade brasileira em especial no norte do estado de minas gerais. É preciso romper com as praticas machistas e racistas que estão impregnadas na sociedade brasileira, a luta das mulheres negras a partir da diversidade de gênero e raça contribuirá com a ocupação das mulheres no poder. A tentativa do rompimento do silêncio que envolve a questão racial no ambiente político tem provocado, entre as mulheres, um interesse maior nas questões de uma agenda que de fato discuta as questões de gero e raça no dia-a-dia do fazer político.     
                
JUSTIFICATIVA

Não tem como valorizar as mulheres esquecendo-se de fazer um paralelo do dia da África com a guerreira Rainha NZINGA; por isto justifica fazer a 6ª edição do Troféu Rainha Nzinga que vem fortalecer a discussão acerca do combate ao racismo, se não colocarmos as questões de gênero e raça e o empreendedorismo das mulheres negras.
A mulher como a protagonista da luta de emancipação política e social com recorde de gênero e raça, nesta perspectiva a 6ª edição do Troféu Rainha Nzinga vem homenagear as mulheres brasileira.
Além de reforçar a nossa identidade como pertencente da cultura de matriz africana.
O Troféu Rainha Nzinga cumprirá um papel importante  na visibilidade da luta das mulheres em especial as negras.
Informação adicional do troféu Rainha Nzinga

A idealização da 6ª edição do Troféu Rainha Nzinga surgiu com objetivo de dar visibilidade as nossas heroínas negras em especial à rainha NZINGA, mulher guerreira que enfrentou o poder colonial português.  O Troféu Rainha Nzinga é um prêmio que simboliza a luta das mulheres ao preconceito racial e o combate ao racismo, na perspectiva de gênero é raça, também será com este olhar que faremos mais uma edição do Troféu Rainha Nzinga que este ano vamos  homenageando 35 mulheres de varias região do Brasil nos diversos segmentos; o evento acontecerá nos dias: 27 e 28 de Maio de 2022, na cidade de Montes Claros Minas Gerais.


Idealizador



Hilário Bispo da Fonseca, através do NEAFRO TAMBORES DOS MONTES, que é um Núcleo de Estudos das Relações Étnicos Raciais da cidade de Montes Claros Minas Gerais, que tem como objetivo a luta contra as desigualdades raciais e a defesa dos direitos humanos fazendo um recorte das questões de gênero e raça.
Veja mais  no 

facebook  trofeurainhanzinga, 
instagram @trofeurainhanzinga

Valderesa Aparecida Rogério,Rainha Nzinga 2022

Valderesa Aparecida Rogério, 56 anos,  residente na cidade de Campinas SP.
Pai pedreiro e minha mãe dona de casa,  foi a primeira da família a cursar uma Universidade.
A princípio cursou o Magistério em 1984 e com 18 anos já ministrava aulas na Rede Estadual de SP.
Obteve a primeira graduação em 1992 na PUCCAMP - Educação Física.
Em 1999 Pós Graduação em Didática - Fundamentos Teóricos da Prática Pedagógica pela Faculdade de Educação São Luís.
Em 2005 graduada em Pedagogia pela UNICAMP.
Professora aposentada há 4 anos. 
No Magistério e somente em sala de aula há 30 anos sendo 7 anos trabalhados na Rede Estadual de Ensino de SP e 23 anos na Prefeitura Municipal de Campinas SP.
O seu principal campo de atuação sempre se deu em Escolas da periferia, onde sempre procurei realizar um trabalho pautado em Temas e Projetos com enfoque especial à Alfabetização,  Letramento e na construção da leitura e da escrita.
Sempre acreditando e defendendo a Educação Multicultural como ponto de partida  para a construção do  conhecimento, valorizando as diferentes etnias que compõem o ambiente escolar e trazendo pra sala de aula essas diferentes vivências.
O diálogo, e a valorização da diversidade cultural no processo de alfabetização e a valorização da função social da escrita sempre ocuparam destaque especial em minha prática pedagógica.
Ele se  coloca
como  uma profissional  mediadora e crítica no processo de aprendizagem, exaltando as diferenças, sempre enfatizando e reforçando o potencial e a capacidade dos educandos independente de sua etnia ou  condição social.

Bete Nagô será homenageada com o Troféu Rainha Nzinga, nos dias 27 e 28 de Maio de 2022, Montes Claros - MG.



Bete Nagô, ativista fotográfica Bete Nagô é o nome que a mulher em busca de emancipação Elisabete Maria Carlos
Fitzgerald Furuya escolheu para si. Bete Nagô não esconde sua força, sede por justiça social e que
caminha para o aperfeiçoamento, em busca deste, avançando: está em cada um dos vídeos que posta, palavra que escreve, fala honesta, franca e inteligível (por acessível) nas mesas em que
participa e nas fotos que faz. Nesse caminhar vem se erguendo uma mulher de volição, opiniões e atitudes anti sistêmicas pois o sistema no qual estamos inseridas não acolhe, rende afeição e alegrias a determinados corpos.
Seu trajeto é na busca de uma outra sociabilidade, onde caiba o bem viver como regra e não exceção. Ao contrário de muitos que se julgam revolucionários, sua vivência diária não é esperando o dia da mudança, mas colocando em práxis essa utopia de afeto e cuidado na qual crê. Um afeto que a faz mãe, zeladora e cuidadora de muitos. Aprendeu sendo a primogênita das três filhas de seus pais. Sua paixão pela fotografia, também, vem de longe. Seu pai chegou um dia em casa, vindo de exercer seu ofício de zelador com um livro nas mãos recheados de fotografias em preto e branco. Era ali que travara seu primeiro contato com a obra de Sebastião Salgado. Sua mãe, empregada doméstica de profissão, não via graça naquelas fotos pois não tinham cores. A menina Bete Nagô, no entanto, como relata emocionada, descobriu naquele registro da realidade o que seria sua arma na guerra contra a injustiça: fotografias em preto e branco. Fotografia não é arte barata, pensava. E assim seguiu sua vida em busca da sobrevivência sendo empregada doméstica e artesã. Foi muita labuta neste país em que sonhos de negras estão fadados a permanecer no mundo das ideias, sem nunca se materializar; no qual arte não é trabalho e no qual pessoas negras não são desde a falsa abolição absorvidas pelo mercado de trabalho, tendo negados seu direito a cidadania plena, com garantias dos direitos mínimos necessários à sobrevivência humana. Foi com a descoberta da fotografia inclusiva, tão às mãos quanto um celular, que essa história começou a mudar. Através do conhecimento da fotografia como arte inclusiva foi que esta mulher negra, nascida na periferia da cidade de Guarujá, moradora do Macuco de Santos, de origem periférica tornou o sonho de infância em sua forma de comunicar seus sentimentos ao mundo. Bete Nagô é filha de Xangô e Iansã. Traz a força no olhar; deste nascem os registros das peleias de pessoas que lutam por justiça social. São dessas guerreiras que se cerca e são estas as protagonistas de suas fotos - pessoas trabalhadoras, mulheres, mães. Sua guerra é a delas; seu papel é o de fazer ecoar os gritos das que clamam por reparação social, equidade e o que é direito, direitos humanos para todes, todas e todos. Sua arma, é a câmera fotográfica.
Helena Pontes dos Santos