Sem sombra de duvidas. Esse ao iniciei aqui no RS um projeto novo. 'Fórum de Debates, Um Sorriso Negro' estou passando por algumas instituições de ensino fundamental, médio e superior. Fomentando o debate, proporcionando um espaço onde todos presentes possam expor suas ideias, opiniões, posições e pontos de vista sobre temáticas relacionadas a negritude. Em três momentos já participaram mais de 1200 pessoas, entre estudantes e professores. Ainda terei mais dois momentos desses nessa semana.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Zumbi dos Palmares e o 20 de Novembro.
Para falar de Zumbi dos Palmares temos
que fazer uma volta na linha do tempo e conceituar o período da escravidão.
Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos portugueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel
por toda a região da América. Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-de-mato que perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e idéias defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto.
Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os
primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram
escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como
escravos desde os começos da História. Muitas
civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas
mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a
chance de comprar sua liberdade.
Escravidão no Brasil
No Brasil, a escravidão teve início
com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses
traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar
como mão-de-obra escrava nos engenhos de cana de açúcar do Nordeste.

Eram proibidos de praticar sua
religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos.
Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho,
adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e
restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam
seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas
e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira. As mulheres negras
também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho
utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos.
Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles
tempos da colônia . No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam
comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns
"trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém,
as poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as
portas para estas pessoas. O negro também reagiu à escravidão, buscando uma
vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos
fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem
organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma
organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos,
podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais
religiosos.
Campanha Abolicionista e a Abolição da
Escravatura
A partir da metade do século XIX a
escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em
ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês
aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o
poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta
prática. Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio
de QueirozSomente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei
Áurea, feita pela Princesa Isabel.
que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
A vida dos negros após a abolição da
escravidão
Se a lei deu a liberdade jurídica aos
escravos, a realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia, condições
econômicas e assistência do Estado, muitos negros passaram por dificuldades
após a liberdade. Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e
discriminação racial. A grande maioria passou a viver em habitações de péssimas
condições e a sobreviver de trabalhos informais e temporários.
Você sabia?
- 25 de marco é o Dia Internacional em
memória da vítimas da escravidão e do tráfico transatlântico de escravos.
Quilombo dos
Palmares

O Dia da Consciência Negra
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Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.
O bandeirante
Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos
Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente
destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo
companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi
degolado em 20 de novembro de 1695.
Importância de Zumbi para a História do Brasil
Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa
história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de
culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte,
20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o
Dia da Consciência Negra.
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