NOVEMBRO O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA
O QUE ISTO SIGNFICA PARA OS (as) BRASILEIROS (as)
O QUE ISTO SIGNFICA PARA OS (as) BRASILEIROS (as)
Com a promulgação da Lei. 10.639, da obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana devemos ficar atentos(as) para não “Guetizarmos” a discussão das Relações Étnico-Raciais e História da África. Este é um tema de todos (as) brasileiros(as), negros, brancos, pardos, amarelos. E não “assunto de negro” .Falar em História da África aos(as) nossos alunos(as) é fazer conhecer a História do mundo e da Humanidade, é adentrar em um continente, além das praias, como não fizeram os historiadores, “europeus”, que nos contaram apenas sua versão, sobre a África colonizada, (A história apenas da boca do caçador europeu).Temos o dever de contar aos(as) nossos(as) alunos(as) a história de África, antes do tráfico negreiro. A África não nasce, quando o europeu chega ao continente. Quem era este negro(a) escravizado(a) que veio para o Brasil? Como era constituída a sociedade africana nos diversos países? Como se deu a resistência negra no Brasil?
Corrigir o estigma da desigualdade racial, principalmente na escola é tarefa de todos(as), eliminando estereótipos racistas. Neste sentido não podemos, apenas reforçar uma África dos três “Ts”, TARZAN, TRIBO E TAMBOR, como a mídia nos mostra. Não basta pintar o(a) aluno(a), vestindo de africano(a), tocar tambor e jogar capoeira, nos dias 13 de maio e 20 de novembro, pensando que está dando visibilidade à Lei. 10.639, isto é um grande perigo, é reforçar estereótipos. Caso seja feito, é necessária uma contextualização das atividades, não para preencher laguna e cumprir calendário. Fazer saber qual foi a importância da Dança, da música e da capoeira na vida dos(a) negro(a) escravizado(a)? Além do mais é importante o envolvimento de toda a escola, interligando as disciplinas com o mesmo tema. É comum ouvirmos: “Nossa escola não precisa trabalhar a questão do(a) negro(a), aqui não tem racismo”. Frases como esta mostra como muitos(a) professores(as) ainda tentam jogar a discussão ,RACIAL, para debaixo do tapete, como foi feito durante anos, no silêncio das escolas. Muitas das vezes, um ou dois, professores idealizam o projeto, de cultura afro na escola, e morrem na praia, tamanha a dificuldade em encontrar parceiro(a), o receio em tocar no tema ainda é grande na sociedade brasileira. Como afirma KABENGELE MUNANGA:
Podemos até não querer repensar uma nova política na escola, por medo, conivência ou falta de apoio, mas temos a obrigação de um começo, responsável, para formação de cidadãos conscientes.
Temos relato de professores(as) e diretores(as) de escolas públicas e particulares que estão, impedindo, projetos relacionados à Cultura Afro-brasileira e História da África, por questões religiosas. Uma vez que, inevitavelmente, irão mencionar a religiosidade afro-brasileira, com seus orixás e outras manifestações. Atitudes como esta é reforçar o racismo, a intolerância e falta de visão pedagógica, em detrimento do baixo índice educacional de nossos(as) crianças e adolescentes. Realidade como esta deve ser, DENUNCIADA, URGENTE.
Temos consciência que muitas vezes o(a) professor(a) encontra um ambiente hostil, um livro didático, perverso com nossas crianças negras, onde, ainda hoje, são representadas como pobres, escravas, desnutridas e pessoas feias. Isto é uma triste realidade. E ainda: no entanto, alguns professores, por falta de preparo ou por preconceitos neles introjetados, não sabem lançar mão das situações flagrantes de discriminação no espaço escolar e na sala de aula como momento pedagógico privilegiado para discutir a diversidade e conscientizar seus alunos sobre a importância e a riqueza que ela traz à nossa cultura e à nossa identidade nacional. Na maioria dos casos, praticam a política de avestruz ou sentem pena dos “coitadinhos”, em vez de uma atitude responsável que consistiria, por um lado, em mostrar que a diversidade não constitui um fator de superioridade e inferioridade entre os grupos humanos, mas sim, ao contrário um fator de complementaridade e de enriquecimento da humanidade em geral.
Professor(a), aluno(a), que tal neste 20 de novembro você começar a elaborar um GRANDE PROJETO, em conjunto, na sua escola? Com um tema voltado para a cultura afro-brasileira e História da África, que possa culminar em um seminário no próximo ano? Se você está pensando apenas em convidar um grupo de capoeira, dança afro, Congada ou Samba para comemorar o 20 de novembro, que tal convidá-los a incorporar o projeto, para uma discussão maior? Contextualizando a prática? Mas lembre, não cabe apenas ao(a) professor (a) de História, e sim o de Geografia, Ciências, Português, Literatura, Educação Física e demais disciplinas.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
- CIÊNCIAS: Constituição Física do Negro: Motivos do cabelo crespo, nariz achatado.
- EDUCAÇÃO FÍSICA: Corporeidade Negra, A dança como forma de Educação do povo negro.
- GEOGRAFIA: Estudo dos Países Africanos – Divulgação do Mapa da África na Escola – Estudo de povos africanos, antes do tráfico negreiro.
- LITERATURA – Escritores Negros – Poemas Negros, Letras de Samba para análises.
- OFICINAS DE DANÇAS AFRO-BRASILEIRAS, TRANÇAS AFRICANAS – (OBS) Não apenas no dia 20. Um Mês, com textos explicativos, palestras pelos(a) professores(as) contratados(as).
- ALIMENTAÇÃO: Comidas Africanas e Afro-brasileiras, História da culinária Africana.
Hilário Bispo
Pesquisador/militante do Movimento Negro
Acadêmico de Letras Inglês UNIMONTES e História das Facudades ISEIB–MINAS- (38)99464731/ (38)91044369
E-mail: hilariobispo@yahoo.com.br
tamboresdosmontes.blogspot.com
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