terça-feira, 27 de novembro de 2012

Projeto: Trançando a História

Este tem por objetivo ministrar oficinas nas Escolas Públicas dos ensinos fundamental e médio do Distrito Federal e Entorno para promover a reflexão sobre as construções sócio-políticas, históricas e culturais referentes aos sentidos atribuídos ao negro. Romper com as formas de preconceito racial e bulling no ambiente escolar e comunidade local. Fomentar o exercício da alteridade e da diversidade entre educandos(as), pais e responsáveis, professores(as) e demais funcionários(as) destas escolas. Incentivar os pais e responsáveis dos alunos envolvidos sobre a importância do tema proposto e o desenvolvimento sustentável a partir deste.

Objetivo específico:

Promover a reflexão de como jovens e crianças negras constroem sua identidade dentro e fora do ambiente escolar por meio da percepção do corpo e do cabelo para além dos padrões estéticos, isto é, desconstruir estereótipos e padrões de beleza européia e difundir a arte do trançar que é pouco valorizada como patrimônio imaterial, uma vez que a trança africana carrega consigo a identidade cultural artesanal, entrelaçando a história de geração em geração até os dias atuais.

Justificativa:

Fomentar nas instituições de ensino (profissionais, alunos/as, pais e responsáveis da comunidade local) políticas públicas de inclusão educacional das populações historicamente excluídas do processo educacional brasileiro em consonância com as determinações legais do Art. 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei 10.639/2003) e das Diretrizes Curriculares Nacionais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana.

Palestra: Nega do Cabelo duro qual é o pente que te penteia?

Conteúdos abordados:

• Corpo como representação simbólica;
• Relação histórica com o corpo negro;
• Significados e sentidos atribuídos ao corpo negro e cabelo crespo;
• Relação de preconceito, racismo e discriminação disseminados nos espaços sociais, principalmente no ambiente escolar e suas marcas na trajetória de vida dos (as) estudantes;
• Estatuto da Igualdade Racial

Vivência cotidiana dos alunos:

- Não existe racismo;
- O cabelo negro é feio e ruim;
- Noção de que os padrões estéticos são naturais e não construções sociais.

Desconstruir a idéia de que os preconceitos contra o corpo e o cabelo negro são naturais. Ao contrário, esta é uma construção histórico-social, política, cultural e econômica.

Oficinas

Oficina: Trançando a História

Esta oficina tem por objetivo propiciar trocas de experiências a cerca do modo em como o negro/a lida com seu cabelo, a origem dos penteados afro e as conotações sociais e políticas associadas ao tema.

Na etapa prática serão introduzidas as técnicas das tranças: Jamaicana, Nagô (tranças rasteiras), Dread Looks e amarrações com tecidos e os cuidados que devemos ter quando se opta realizar um alongamento.

Realizaremos ainda nesta etapa a peça teatral com o nome – Destrançando o Preconceito. Esta tem por finalidade valorizar a estética e a autoestima da criança e do jovem negro/a com penteados de origem africana, informando-lhes a origem das tranças tanto quanto os cuidados que devemos ter com o cabelo crespo, apontaremos os mecanismos para que possamos lidar com o preconceito, apontando os amparos legais conforme destrinchado no Estatuto da Igualdade Racial e relembrar ao público os valores familiares que, por muitas vezes, foram esquecidos por conta dos avanços tecnológicos, e que teriam resultados positivos quanto ao combate à discriminação racial e também às outras formas de exclusão social.


Oficina: A vida como ela é

Esta atividade objetiva fomentar o autoconhecimento, inicia-se com apresentação pessoal e bate-papo a respeito das diferentes infâncias capilares dos participantes. A partir disso, debruçaremos sobre a estrutura e as especificidades dos diferentes tipos de cabelo, trabalhando então com os "contos" de uma história, estimulando o grupo a recriá-la. Durante a construção cênica, são introduzidas técnicas básicas de trançado.

Oficina: Minha coroa é o meu Turbante

Neste momento serão trabalhadas diferentes possibilidades de torços, turbantes e demais amarrações com tecidos.

Ao discutirmos o modo em como os negros cuidam do seu cabelo, estaremos abordando e problematizando algo que diz respeito para muito além da estética - o que por si só já seria bastante significativo. Mas não se trata apenas disso, vemos no trançar, nos penteados black powers, nos dread locks, nas amarrações de tecidos na cabeça e no corpo (entre outros costumes tão comuns da população brasileira e de toda a diáspora africana) uma constatação da herança que o continente africano transmite a nós
brasileiros.


Oficina: Trançando as notas musicais

Para finalizar este respeitoso projeto com chave de ouro, aplicaremos 02 vivências: a primeira com os agentes culturais, músicos, atores e percussionistas Wagner Nascimento e Chiquinho Mamulengo que realizarão uma oficina de percussão com alfaias e tambores ao lado da cantora Luanda Gabriela com o intuito de disseminar o côco, o maracatu, a ciranda e o forró. Ao formar a grande roda os alunos terão dimensão do quão importante é conviver em harmonia com o próximo, respeitando os limites e as diferenças de cada indivíduo, formando um só elo e um só corpo em meio às notas musicais, pois, a música e alma são iguais e ambas não tem cor.

E por fim a apresentação do Grupo de Dançarinas Angolanas com a música Princesa Rita que tem por objetivo intercambar a cultura de seu país em Brasília e no Brasil.



Resultados Esperados

Qualificar o público alvo (menor aprendiz e maiores de idade) com técnicas e conhecimento de causa para a inserção no mercado de trabalho e aproveitá-los para juntos realizarmos o I Festival de Tranças Afro do Distrito Federal e Entorno que também tem por objetivo intercambiar com África e os países de língua portuguesa e fortalecer os laços por meio da promoção de estudos, pesquisas, promoção da educação, criação de seminários, exposições fotográficas, cinema, literatura, gastronomia, artesanato, workshops, desfiles de moda, troca de convivências e principalmente a propagação da diversidade.

Público Alvo

• Pais e Responsáveis de alunos/as das escolas de ensino fundamental e médio almejam criar seu próprio negócio por meio deste projeto e;

• Crianças e adolescentes da Rede de Ensino do Distrito Escolar e Entorno

Agendamento e propostas por meio dos contatos:

Luanda Gabriela
Coordenadora-Geral
Produtora Cultural/Gerente de Projetos/ Cantora
Espaço Distribuidora Cultural
Contato: (61) 8318-4050
E-mail: culturaldistribuidora@gmail.com

Um comentário:

Unknown disse...

Projetos como este trançando a história são relevantes para que a disseminação da cultura afro brasileira se faça rotineiramente presente nas escolas brasileiras. Parabenizo os idealizadores do projeto, sigam em frente. O Brasil mais do que nunca precisa resgatar sua história e sair da nevrálgica democracia racial, sustentada pelos hipócritas pilares da política e cotidianamente patrocinado pela mídia brasileira