sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Oficina de mascaras africana com o mestre Olívio Cerqueira. FECAN 2014

Um pouco sobre as mascaras africanas




Se você quer aprender,
fique atento na programação do FECAN 2014
teremos oficina de mascaras africana com o mestre 
Olívio Cerqueira.  

Um dos mais notáveis elementos da cultura africana é a máscara. 
Sua expressão plástica é tão rica e importante dentro da cultura africana que é necessário deter-se no seu entendimento, perguntando as razões de tão marcante presença e seu significado.  Um dos principais elementos que justificam sua existência é de natureza mágico religiosa, ligada principalmente aos rituais da comunidade na tentativa de catalisar as forças misteriosas colocadas à serviço de finalidades práticas. 

O uso da máscara africana a pressupõe como instrumento vivo e sempre atual, cujos múltiplos usos abrangem toda a atividade dos homens, do nascimento à morte.  

















Por sua própria natureza, a máscara já tende a exprimir uma situação psicológica básica, comum a toda espécie humana; na escultura africana, a constância das emoções e sua universalidade são elevadas ao máximo e alcançam um absoluto ideal na transposição plástica.  
A máscara não traduz, pois, a emoção do indivíduo num momento definido, não é o retrato do homem que teme, que combate ou que morre, mas é o Temor, a Guerra, a Morte.  
O particular foi visto, compreendido, superado, e desaparece como tal para ceder lugar ao universal, válido sempre, para o homem de todos os tempos. 
No plano psicológico, a origem da máscara deve ser buscada na aspiração mais atávica do ser humano de evadir-se de si mesmo, para poder se enriquecer com a experiência de existências diferentes – desejo obviamente irrealizável no plano natural – e para poder aumentar seu próprio poderio, identificando-se com as forças universais, sejam elas divinas, sejam demoníacas. 
Um desejo de sair das limitações propriamente humanas de indivíduos e, por vezes, fruto da necessidade de se diferenciar, de se impor, de maravilhar e incutir medo, fim de obter reverência e respeito
(O ocidental tem as mesmas pretensões, substituindo a máscara pela exibição do seu sucesso, seja material, intelectual ou espiritual, que o coloca acima dos outros). 
O africano vê na máscara não só um meio de fugir à realidade cotidiana, mas, sobretudo como uma possibilidade de participar da multiplicidade da vida do universo, criando novas realidades fora daquela meramente humana. 
Mascarado, ele poderá ser também um homem espírito, benéfico ou maléfico, homem animal, homem divindade. 
Não se trata de um simples modo de iludir-se ou de evitar um presente insatisfatório,mas representa uma reapossibilidade de existir de outra maneira, possibilidade unanimemente admitida e reconhecida: de fato ninguém duvida do poder transfigurador da máscara. 
Decorrem daí a reverência e o temor que ela incute, como depositária das capacidades de metamorfose do indivíduo. A autossugestão inconsciente do homem que a usa é a virtude secreta que a máscara guarda.
















O núcleo de estudos das relações étnicos raciais NEAFRO TAMBORES DOS MONTES,

anualmente realiza o FECAN- Festival de Cultura e Arte Negra sempre na terceira semana de maio com oficinas de máscaras africanas, dança afro brasileira, percussão, grafite, apresentações culturais, debates e palestras
encerrando o evento com um dia dedicado a culinária de matriz africana denominado Comida di Preto.



* Nas fotos, um pouco da oficina de máscaras com o professor Olívio Cerqueira Rocha.

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