sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Máscaras Africanas

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MÁSCARAS AFRICANAS: 


Máscara. 
Arte fang. 
Museu do 
Homem, Paris.















As máscaras sempre foram as protagonistas indiscutíveis da arte africana. 
A crença de que possuíam determinadas virtudes mágicas transformou-as no centro as pesquisas. 
O fato é que, para os africanos, a máscara representava um disfarce místico com 
o qual poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utilizá-las em benefício da 
comunidade: na cura de doentes, em rituais fúnebres, cerimônias de iniciação, 
casamentos e nascimentos. 
Serviam também para identificar os membros de certas sociedades secretas.




Máscara de boi com mandíbula móvel. 
Arte ibibia. 
Museu do Homem, Paris.









Em geral, o material mais utilizado foi 
a madeira verde, embora existam também peças singulares de marfim, bronze e terracota. 
Antes de começar a entalhar, o artesão realizava uma série de rituais no bosque, onde 
normalmente desenvolvia o trabalho, longe da aldeia e usando ele próprio uma máscara no rosto. 
A máscara era criada com total liberdade, dispensando esboço e cumprindo sua função. 
A madeira era modelada com uma faca afiada. 
As peças iam do mais puro figurativismo até a abstração completa.




Máscara de dança. 
Arte ioruba-nagô. 
Museu do Homem, Paris.









Quanto à sua interpretação, a tarefa é difícil, na medida em que não se conhece sua função, ou seja, o ritual para o qual foram concebidas. 
Os colonizadores nunca valorizaram essas peças, consideradas apenas curiosidade de um povo 
primitivo e infiel. 
Paradoxalmente, a maior parte das obras africanas encontra-se em museus do Ocidente, onde recentemente, em meados do século XX, tentou-se classificá-las. 
Na verdade, os historiadores africanos viram-se obrigados a estudar a arte de seus antepassados nos museus da Europa.





Máscara. 
Arte pendê. 
Museu da África Central, 
Tervuren.



O auge da arte africana na Europa surgiu com as primeiras vanguardas, especificamente os 
fauvistas e os expressionistas. 
Estes, além de reconhecer os valores artísticos das peças africanas, tentaram imitá-las, embora sempre sob a ótica de suas próprias interpretações, 
algo que colaborou em muitos casos, para a distorção do verdadeiro sentido das obras. 
Entre as peças mais valorizadas atualmente estão, apenas para citar algumas, as esculturas de arte das culturas fon, fang, ioruba e bini, e as de Luba.



Rosto de uma cabeça 
de duas faces. Arte ibibia. 
Coleção Hélène Kamer, 
Paris.








O fato de os primeiros colonizadores terem subestimado essas culturas e considerado essas obras meras curiosidades exóticas, provocou um saque sem sentido na herança cultural desse continente. 
Recentemente, no século XX, foi possível,graças à antropologia de campo e aos especialistas 
em arte africana, organizar as coleções dos museus europeus. 
Mas o dano já estava feito. Muitos objetos ficaram sem classificação, não se conhecendo assim 
seu lugar de origem ou simplesmente ignorando-se sua função.



Fonte:
www.historianovet.blogspot.com.br 

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