quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Festa em comemoração ao Dia do Samba atrai 50 mil no Rio

Festa em comemoração ao Dia do Samba atrai 50 mil no Rio

Quatro trens saíram da Central do Brasil com grupos de pagode, velha 
guarda e blocos carnavalescos

Clarissa Thomé - O Estado de S. Paulo
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RIO - A brincadeira já dura 14 anos e começou despretensiosa: um grupo de amigos, encabeçado pelo sambista Marquinhos de Oswaldo Cruz, lotou um vagão na Central do Brasil e seguiu até o subúrbio carioca, improvisando uma roda de pagode. Pois a festa cresceu, entrou para o calendário turístico da cidade e nesta quarta-feira, 2, atraiu cerca de 50 mil pessoas, que foram à gare ou ao bairro de Oswaldo Cruz, para comemorar o Dia Nacional do Samba.


Um vagão já não é suficiente - quatro trens foram destinados aos grupos de pagode, para a velha guarda das escolas de samba, e blocos carnavalescos. A lotação dos 28 vagões foi esgotada por 3.400 pessoas que trocaram um quilo de alimento pelo bilhete.


A costureira Ana Paula Santana de Freitas, de 33 anos, pegou os três filhos na escola às 10 horas e saiu de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, para acompanhar desde cedo a movimentação na Central do Brasil. "A gente adora. Vamos no trem da Mangueira, que fica lotado. Não dá para respirar, mas a gente samba até chegar lá", contou. Para garantir, levava chocalho e pandeiro. "Se faltar música, a gente também toca."




Em 1996, na primeira viagem do Trem do Samba, a ideia de Marquinhos de Oswaldo Cruz era refazer os caminhos de Paulo da Portela, um dos fundadores da escola, que nos anos de 1920 e 1930 aproveitava a volta do trabalho no trem para ensaiar, sem a ameaça de a polícia interromper. "A gente
queria resgatar esse samba de raiz. E até hoje as grandes estrelas do trem são as velhas guardas das escolas", diz.


Se nas primeiras edições os sambistas se espalhavam em rodas quando chegavam a Oswaldo Cruz, agora há três palcos instalados no bairro. "A festa se profissionalizou, contamos com patrocínio, mas não perdemos a espontaneidade. E apesar de receber algumas cantadas para vender abadá para o pessoal que vai no trem, me recuso a fazer isso. O trem é para o povo", afirmou Marquinhos.

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