segunda-feira, 19 de maio de 2008

AFRO-POETHÓRIAS NO MÊS DA ABOLIÇÃO

AFRO-POETHÓRIAS NO MÊS DA ABOLIÇÃO
O ancestral e o contemporâneo, a poesia e a história dialogam no novo espetáculo
de dança afro-brasileira e samba da Companhia Primitiva de Arte Negra.


Nos dias 19 e 20 de maio no Teatro Marília, a Companhia Primitiva de Arte Negra nas comemorações do mês da abolição apresenta seu novo espetáculo poético-histórico, intitulado "Afro-Poethória". O trabalho lança um olhar sobre ritmos populares do povo brasileiro e suas representações histórico-poético-culturais através diversos dançarinos, músicos e cantores. A direção é do coreógrafo João Bosco.

O roteiro do espetáculo tem duração de uma hora, é composto por três atos e 12 coreografias, embaladas por trilha sonora original, de autoria de Lena Santos, também bailarina da Companhia. As músicas em ritmo de afoxé, congado, ijexá e samba, abordam temas políticos como a questão racial, da terra, do feminino e da resistência negra.
O samba será representado por sua resistência belo-horizontina, o compositor da velha guarda, o Mestre Conga, que no alto de seus 80 anos de idade vem trazer, através da interpretação das músicas "Vozes da África" e "Lágrimas Sentidas", uma reflexão sobre a origem africana e a dura realidade dos moradores dos aglomerados urbanos.
As canções são interpretadas por movimentos ancestrais, espontâneos e técnicas de improviso, gerando coreografias de alto teor expressivo. O cenário de criação coletiva, é composto por deslumbrantes painéis de paisagens naturais e o figurino, primitivista, é de amarrações.


A COMPANHIA PRIMITIVA DE ARTE NEGRA
Uma das linhas de atuação da Associação Cultural Eu Sou Angoleiro, a Companhia Primitiva de Arte Negra, dirigida por Mestre João Angoleiro (também mestre do grupo Eu Sou Angoleiro de Capoeira Angola) há mais de 20 anos vêm contribuindo com a construção da dança afro-brasileira em Belo Horizonte, através de pesquisa, prática, e formação de atores-dançarinos étnicos. O saldo social é a interação dinâmica de comunidade-cultura-escola, onde mais de 15 educadores sociais e 100 alunos em diversas frentes de trabalho de Belo Horizonte, têm, através da dança afro, contato direto com a cultura popular e sua origem ancestral.

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