quarta-feira, 23 de junho de 2010

A África no Caribe

A África no Caribe
FONTE:AFROPRESS
Por: Uma vista do Museu da Escravidão no Hotel Kura Holanda - 16/9/2009
Willemstad - Existe, bem perto de nós, há apenas 60 quilômetros da costa da Venezuela, um pedaço da África, numa ilha do Caribe. Chama-se Curaçao. O jornalista Dojival Filho, do Diário do Grande ABC, revela para a Afropress, as cores e os sabores desse território africano/caribenho. Leia Mais.
Praias de águas cristalinas que seduzem o visitante com uma coloração azul que parece ter sido produzida em programa de computador. Calor intenso, belas paisagens e o requinte da arquitetura europeia. Esses são apenas alguns atrativos da exuberante Curaçao, principal ilha das Antilhas Holandesas, situada no Sul do Caribe, a 60 quilômetros da costa da Venezuela.Para quem deseja estirar-se na areia e relaxar ao sol, que aparece quase todos os dias, há 38 praias e 40 baías, em uma área de 472 quilômetros quadrados (praticamente o mesmo tamanho de Florianópolis). Localizada a cerca de 12 quilômetros da capital curaçolenha - Willemstad -, Porto Mari é uma das belas praias particulares que o turista pode usufruir a partir de US$ 2. Aliás, apesar de a moeda local ser o florim, o dólar é amplamente aceito em lojas e restaurantes (U$S 1 equivale a 1,75 do dinheiro local).Entre as praias públicas, o visitante deve conferir Knepa, na região Oeste. Embalados pelo som da tumba (um dos mais populares gêneros musicais da ilha, que remete a outros ritmos caribenhos dançantes como o merengue e a lambada), jovens curaçolenhos sobem em paredões de pedra e atiram-se em mergulhos.É interessante constatar que, em ambas as praias, o turista não encontrará poluição visual, detritos no mar e lixo na areia.QUITUTESEm Knepa, uma boa pedida para conhecer a gastronomia local e, ao mesmo tempo, lembrar-se do Brasil é provar doces como o panceiko (espécie de pé-de-moleque gigante) e o kala, saboroso bolinho salgado com massa de feijão que se assemelha ao acarajé baiano. Os quitutes são vendidos em uma barraca na entrada da praia e custam US$ 2, em média.Depois de conhecer as praias na região Oeste, quem deseja gastar pouco e comer bem em lugar simples e acolhedor não pode deixar de visitar o Janchiee''s Restaurant. A casa serve peixes e frutos do mar - comidas típicas da ilha -, além da tradicional carne de iguana, condimentada e de consistência semelhante à do frango.As praias dessa região são contornadas por campos de vegetação árida, onde iguanas são facilmente encontrados. O prato custa US$ 16, serve uma pessoa e tem poderes afrodisíacos, segundo o proprietário do estabelecimento, Cristians Janchiee, que herdou o comércio do pai.O comerciante é uma figura, bom de papo e sempre bem-humorado. "Tomo sopa de iguana todos os dias e tenho 12 filhos.
À noite, dizem que o iguana que você come vai subindo do estômago para o coração e começa a acelerá-lo", conta Janchiee, aos risos.ENTRE TUBARÕES E GOLFINHOS
Localizado na região Leste, o Curaçao Sea Aquarium é um parque que oferece boas opções para quem deseja conhecer belezas submarinas. No local, há 70 aquários onde é possível observar tubarões, leões-marinhos, arraias, tartarugas gigantes, entre outras espécies.O destaque da programação é o show dos golfinhos (que, segundo os guias, descendem do famoso Flipper).
Os interessados podem participar de treinamento em grupos para nadar com os animais, acariciá-los e dar comida a eles, pagando taxas a partir de U$S 79. "Há dois ou três lugares no mundo que fazem o que nós fazemos", afirma a relações públicas do Sea Aquarium, Maria Williams.Há também cursos de mergulho em alto-mar e centro de terapia com golfinhos que atende a crianças com paralisia cerebral e síndrome de Down (o método é semelhante à equoterapia, feita com cavalos).Os pacientes pagam US$ 7.000 pelo tratamento de duas semanas e contam com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e psicólogo.Os responsáveis pelo parque submarino fazem questão de destacar os cuidados que têm com o meio ambiente. "Convidamos escolas e conscientizamos as pessoas para que não joguem lixo, já que elas podem não ver, mas os golfinhos veem", frisa Maria.
PEQUENA CURAÇAO - Outro passeio interessante e feito sob medida para quem gosta de natureza selvagem é a visita à ilha Klein Curaçao (em português, Pequena Curaçao). Para chegar ao local, é preciso encarar cerca de uma hora e meia de barco (quem costuma ter enjoos nesse tipo de viagem deve ter cuidado redobrado porque a embarcação balança bastante).O passeio custa U$S 80 por pessoa (com café da manhã e almoço incluídos) e, das 7h às 17h, além da bela praia, onde as holandesas costumam praticar topless, o turista irá encontrar navios afundados e um misterioso farol.O local é extremamente rústico e não há guias que monitorem a viagem, o que poderia oferecer mais conforto aos visitantes. Mas se o visitante gosta de se aventurar, esse é o paraíso.Cavernas à la ‘Goonies''Programa imperdível para quem deseja conhecer os mistérios de Curaçao é a visita às Cavernas Hato, situadas em terreno de vegetação árida e utilizadas pelos escravos para se esconderem dos colonizadores que os perseguiam há cerca de 250 anos. São 4.900 metros quadrados, sendo 120 abertos a visitantes, que contam com acompanhamento de guias.As visitas custam U$S 8 para adultos e U$S 6 para crianças de quatro a 11 anos. Depois do passeio, o turista pode refrescar-se no barzinho em frente.Formadas por erupções vulcânicas, as cavernas apresentam incrustrações de quartzo, corais e conchas marítimas, em ambiente com 90% de umidade. O local lembra os cenários do clássico longa-metragem infanto-juvenil da década de 1980 Goonies, em que grupo de garotos vivia mirabolantes aventuras em busca de tesouro.FIGURAS NAS PEDRAS Os guias informam que é possível visualizar diversas figuras formados pelas pedras, entre eles um coração e a fisionomia de um pirata. E com um um pouquinho de imaginação dá para ver mesmo.Merece destaque o fato de que, assim como ocorre em outros pontos turísticos da ilha, não há poluição visual ou qualquer sinal de sujeira. Os responsáveis pelas Cavernas Hato fazem questão de ressaltar a importância da preservação ambiental e alertam os turistas para que não toquem, fotografem com flash ou joguem lixo.O jornalista Dojival Filho viajou à Curaçao, em julho passado, à convite do Escritório de Turismo de Curaçao e da Gol. As reportagens que passamos a postar foram originalmente publicadas pelo Diário do Grande ABC.

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