sexta-feira, 19 de abril de 2013

13 de Maio dia de Luta Contra o Preconceito e o Racismo.


Fonte UNEGRO



Dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, mostram que do total de 450 mil pessoas que moram em Roraima, 26.364 delas se autodeclararam de cor ou raça negra. Para a coordenadora estadual da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Glória Rodrigues, as discussões continuam voltadas para o fim do racismo e da desigualdade, além de buscar alternativas e estímulos para ensinar as pessoas a desconstruir o pensamento preconceituoso com relação ao negro.
Segundo ela, essa desconstrução é muito difícil de ser feita nos adultos que, na maioria das vezes, agem de forma velada, principalmente, quando são processados. “O preconceito só é combatido na Justiça, mas o que se consegue quando alguém acaba processado é fazer com que a pessoa deixe de maltratar, de humilhar, mas o preconceito vai continuar ali”, explicou.
Em sua opinião, o trabalho de desconstrução do pensamento preconceituoso deve ser investido nas escolas de ensino médio e fundamental. “Só com a educação dos jovens e crianças é que teremos condições de construir um novo pensamento, pois o preconceito só existe por causa da ignorância da mesma forma que acontece com a intolerância religiosa. Tudo é falta de conhecimento”, acredita.
E para desenvolver essa construção de um novo pensamento, a entidade começou este ano, juntamente com a Secretaria Municipal de Educação, a capacitar os professores do ensino fundamental sobre a temática. O protejo capacitou mais de 450 profissionais até o momento.
Outra medida, que a liderança acredita ser um mecanismo de desconstrução do preconceito com o negro, são os debates e seminários que devem ser realizados com as entidades que representam os professores. “Já está previsto nas nossas ações para o próximo ano realizar um congresso com as bases sindicais para que possamos construir de forma legal esse trabalho nas escolas”, explicou.
Sobre a situação do negro em Roraima, Glória afirma que ainda há muito que se fazer para mudar o cenário de preconceito e assédio que existe aqui. Segundo a liderança, apesar das mudanças lentas que o movimento consegue vislumbrar, quase toda semana ela se depara com situações constrangedoras pelas quais os negros têm que passar no seu cotidiano.
Hoje [ontem] mesmo eu recebi uma mulher que está sofrendo assédio seguido de racismo em seu local de trabalho. Nós, mulheres, sofremos duas vezes por sermos também negra. E é preciso combater essa humilhação porque o assédio e a desqualificação matam as pessoas. O Estado ainda tem muito que avançar e a nossa luta é permanente. Não para”, afirma.

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